
O ano de 2022 foi marcado por constantes altas nos juros da economia brasileira, ligando um sinal de alerta para quem sonha em comprar a casa própria. Isso porque, com os juros altos – Selic a 13,75% –, cresce também o percentual cobrado sobre a tomada de empréstimos e financiamentos, afetando diretamente o setor.
Especialistas apontam para uma redução gradual dos juros, uma vez que o Brasil enfrenta uma deflação após vários períodos de alta, mas os juros de financiamentos devem voltar ao patamar competitivo de mercado apenas no final de 2023.
Com isso, muitos brasileiros têm se perguntado se devem esperar pela redução das taxas de juros ou comprar agora mesmo. Se você faz parte dessa parcela da população, é hora de se planejar. Saiba o que diz o mercado e quais são as expectativas para o próximo ano.
Como os juros altos afetam negativamente os financiamentos?
Compreender o cenário econômico brasileiro é fundamental para tomar boas decisões, especialmente quando envolve um financiamento imobiliário ou de carro. Com a Selic (taxa básica de juros) a 13,75% ao ano, os juros cobrados nos financiamentos de casas e carros também crescem, já que, quanto maior a Selic, maior o custo do crédito.
Além disso, o Brasil tem uma péssima marca perante os bancos: em 2022, mais de 66 milhões de famílias estão endividadas. Com isso, os bancos tendem a se preservar ainda mais contra o risco de inadimplência, aumentando suas próprias taxas e requisitos.
O financiamento imobiliário é o que mais sente com os juros altos, já que o mercado como um todo passa a sofrer com a alta dos preços, obrigando todas as frentes a tomarem o mesmo caminho. A fórmula não poderia ser mais caótica: inflação + juros altos + imóveis caros = momento ruim.

Cenário é negativo ao menos até final de 2023
Outro fator negativo que freia a tomada de financiamentos no país é a aprovação da PEC dos precatórios e a chamada PEC Kamikaze que, se por um lado aumenta os benefícios sociais no curto prazo, por outro deve gerar um grande rombo para as próximas administrações e também para o mercado.
De acordo com Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), em entrevista ao UOL, este não é o momento de fazer um financiamento de longo prazo para a compra de casas e carros.
“Uma coisa é você financiar a compra de uma geladeira por um período de seis meses ou um ano. Outra coisa é você financiar um imóvel por 30 anos. A taxa de juros vem subindo há algum tempo e, com isso, o risco de uma pessoa não conseguir pagar o financiamento é maior, por conta do custo. O melhor é esperar para financiar mais à frente.”
O que fazer durante a alta dos juros?
Se você deseja comprar uma casa, não desanime! Apesar de este não ser o melhor momento para se envolver em um financiamento de longo prazo, é também a hora ideal de você guardar dinheiro. Isso porque os juros altos também influenciam – nesse caso, positivamente – os investimentos.
Por isso, essa pode ser a oportunidade perfeita para você montar a sua reserva de emergência e apostar em títulos de renda fixa para proteger o seu patrimônio. Com a Selic a 13,75% ao ano, não poderia haver momento melhor de manter o dinheiro guardado.
Lembre-se, porém, que a poupança deixou de ser uma boa opção para quem deseja rentabilizar.
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