Você já pensou em investir em debêntures? Trata-se de uma aplicação com rentabilidade superior a muitos investimentos de renda fixa.
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Ficou interessado, mas nunca ouviu falar? Calma, nada mais são do que títulos de dívida de empresas privadas.
Ou seja, quem investe em debêntures se torna um credor da companhia que emitiu o título. Financiando, assim, suas operações em troca do pagamento de juros.
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Portanto, você empresta dinheiro para empresas. Em troca, recebe uma taxa de rentabilidade que é acertada na hora da compra.
Dessa forma, essas companhias pagam juros maiores do que instituições financeiras ofereceriam. Enquanto isso, a companhia faz a captação necessária para financiar projetos, aquisições ou pagar dívidas.
Contudo, as debêntures são regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse mesmo órgão faz a organização e categorização dos ativos.
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Neste artigo, falaremos sobre os seguintes tópicos:
- Passo a passo para investir em debêntures;
- Conheça 8 tipos diferentes de debêntures;
- Detalhes dos investimentos em debêntures;
- Quais são as vantagens e desvantagens do investimento;
- Veja dicas para investir em debêntures;
Passo a passo para investir em debêntures
1- O primeiro passo para investir em debêntures é escolher uma instituição financeira de confiança para realizar a aplicação.
2 – Abra a sua conta na instituição.
3 – Depois, transfira o valor para investir em debêntures da sua conta bancária para a conta da corretora. Ele deve ser realizado através de TED de mesma titularidade.
4 – Entre na sua conta e escolha a opção Renda Fixa. Nela, você encontra todas as opções de debêntures disponíveis para investimento.
5 – Selecione as debêntures desejadas. No entanto, antes, avalie aspectos, como rating, taxa de rentabilidade e data de vencimento.
6 – Por fim, é só clicar em comprar. Para isso, insira o valor a ser investido e clique novamente em comprar.
B3 muda regra para investimentos em debêntures
A partir deste mês de junho, os investidores que logarem nas contas das corretoras vão perceber uma mudança na divulgação dos preços de referências dos debêntures.
Quem investe nesse tipo de ativo poderá conferir a oscilação diária nos preços dos investimentos. E o motivo para isso é a marcação a mercado, uma atualização diária tanto nos preços de títulos de renda fixa, quanto em Tesouro Direto e debêntures.
Segundo a B3, essa mudança vai contribuir para conscientizar, dar transparência e educar financeiramente os investidores sobre as oscilações nas taxas de juros e referência de preços para os ativos.
Conheça 8 tipos diferentes de debêntures
Antes de investir em debêntures você deve saber que elas estão divididas em diversas classes. Conheça tudo sobre cada uma delas:
Nominativa ou escritural
A classificação inicial de qualquer debênture se inicia em nominativa ou escritural. A primeira consiste no registro, controle e emissão da própria companhia emissora em nome do investidor.
Enquanto a escritura trata da forma mais comum, em que uma instituição financeira autorizada pela CVM faz a oferta, controle e registro da aquisição do investidor.
Depois disso, elas são classificadas quanto à forma de pagamento do rendimento das debêntures:
1 – Simples
O nome já diz: é o tipo mais simples para investir em debêntures. O objetivo é tornar o processo menos burocrático e acessível a todos os investidores.
Com ela, você detém do papel e recebe os rendimentos na data do resgate.
2 – Conversível
Essa debênture também é conhecida como Debênture Conversível em Ações (DCA). Nela, o investidor tem a opção de receber o valor investido em moeda corrente ou em ações da empresa emissora.
No momento da aquisição, a companhia precisa informar a proporção de conversão entre esses ativos e a classe de ações que será ofertada.
3 – Permutável
A debênture permutável é conhecida por trazer grande liberdade ao investidor.
Na data de vencimento, ele tem a opção de escolher entre receber o valor investido em moeda corrente, ações do emissor ou papéis de outras empresas.
Portanto, ele já pode reinvestir o seu capital em uma gama de ativos maior em relação às demais categorias. Em alguns casos, o resgate da debênture é permutado em bens do emissor ou outros produtos financeiros.
Contudo, todas estas informações são repassadas ao investidor logo no momento da aquisição da debênture.
4 – Incentivada
Essa classe de debênture tem crescido muito nos últimos anos. Ela é emitida por empresas do setor da infraestrutura. Por se tratar de uma área estratégica, o governo isenta os emissores dos tributos.
Então, os investidores também são beneficiados por essa isenção. Ou seja, as debêntures incentivadas são investimentos livres de taxas.
Por fim, há classes especiais e as relacionadas à garantia:
5 – Perpétua
Essa debênture não possui prazo de vencimento definido. Assim, o emissor faz um acordo com o investidor quanto ao pagamento dos rendimentos e a sua periodicidade.
6 – Participativa
Nesta classificação, o emissor oferece parte dos rendimentos sob forma de participação nos lucros da empresa.
7 – Operação de securitização
Essa debênture é menos comum. O processo de securitização converte os contratos financeiros de recebíveis, por exemplo, pagamentos com cartão de crédito e mensalidades escolares, em títulos negociáveis no mercado.
Para isso, o emissor oferece garantias adicionais, como o pagamento de uma taxa de desconto sobre os fluxos destes recebíveis.
Assim, ele dispõe do dinheiro dos investidores de forma mais rápida.
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Detalhes dos investimentos em debêntures
1 – Tributação
As debêntures são tributadas da seguinte forma:
- Para prazo até 180 dias – 22,5%
- De 181 dias até 360 dias – 20%
- De 361 dias até 720 dias – 17,5%
- Mais de 720 dias – 15%
2 – Risco
O risco de investir em debêntures está associado à credibilidade da pessoa que a emite. Portanto, existe o risco de crédito.
Afinal, a empresa pode deixar de pagar ou cumprir os compromissos assumidos. Principalmente se a empresa não tiver um fluxo de caixa bem estruturado para pagar os juros.
Existe ainda a possibilidade de risco monetário. Isso ocorre quando ocorre uma alteração na taxa de juros.
Outro fator que pode gerar impactos negativos é o risco cambial. Acontece quando a empresa tem suas atividades muito associadas à moeda estrangeira.
3 – Aplicação Mínima
A aplicação mínima da debênture varia de acordo com o que é definido pelo emissor. Algumas debêntures exigem aplicação mínima de R$1.000.
Outras já exigem uma quantia maior. No geral, produtos com retorno acima da média e baixo risco irão exigir uma aplicação mínima maior por parte do investidor.
Quais as vantagens e desvantagens do investimento
Vantagens
- Isenção do imposto de renda: válido apenas para as debêntures incentivadas;
- Rentabilidade pode ser atrativa: especialmente quando comparado a outros ativos de renda fixa;
- Diversificação: uma alternativa para diversificar a carteira de investimentos.
Desvantagens
- Risco de crédito: não há proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
- Prazos longos: boa parte das debêntures possui longos prazos de vencimento;
- Baixa liquidez: mesmo no mercado secundário, pode não ser fácil vender os seus títulos (o que ainda pode ser feito com deságio).
Veja dicas para investir em debêntures
É interessante falar com um assessor de investimentos de confiança sua. Afinal, ele estará por dentro dos mais diversos tipos de investimentos em debêntures.
Por mais que estejamos sempre estudando o mercado é difícil sabermos sempre das novidades. Principalmente se não estamos em contato com as pessoas que trabalham diretamente com isso.
Algumas informações, principalmente sobre investimentos melhores, acabam não sendo muito divulgadas.
Gostou deste texto? Você já investe ou quer investir em debêntures? Então continue aprendendo sobre investimentos e leia agora mesmo: “Investir a curto, médio e longo prazo: entenda como organizar suas aplicações“.
*Colaboração: Camila Miranda