Saúde financeira e saúde mental. Não tem como falar de uma sem a outra. Até porque as dívidas estão impactando a saúde mental dos brasileiros.
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É o que diz o levantamento da SPC Brasil em parceria com a CNDL, que aponta que 69% dos inadimplentes sofrem de ansiedade por não conseguir honrar suas dívidas.
Outros problemas físicos e mentais também são constatados. Entre eles:
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– Forte sentimento de insegurança (65%);
– Angústia (61%);
– Desânimo (58%);
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– Sentimento de culpa (57%);
– Baixa autoestima (56%).
No âmbito social, as dívidas também atrapalham as interações. Isso porque o mesmo estudo aponta que mais da metade (51%) dos brasileiros que não consegue pagar suas dívidas se sente envergonhada perante a família e amigos por conta da situação.
Pesquisadores das universidades de Southampton e Kingston, no Reino Unido, também fizeram pesquisa relacionando a saúde mental com a saúde financeira.
Na análise, a primeira de que se tem notícia sobre esse assunto, foram combinados estatisticamente os resultados de estudos anteriores que envolveram cerca de 34 mil participantes e suas dívidas.
Os resultados mostraram que as pessoas endividadas têm três vezes mais propensão a ter um problema de saúde mental que aquelas que não têm dívidas.
Saúde financeira com problemas: quais reações?
A investigação publicada no ClinicalPsychologyReview evidenciou que um quarto dos participantes que tinham dívidas experimentou algum tipo de problema mental.
Especialmente depressão, dependência às drogas e psicoses, além de expressar uma maior predisposição ao suicídio.
As dívidas consideradas no estudo se relacionam com pagamentos adiados dos cartões de crédito, empréstimos ou hipotecas.
Por sua vez, menos de 9% dos participantes sem problemas de saúde mental estavam com dívidas, em comparação com mais de 25% dos participantes endividados que apresentavam um problema de saúde mental.
Um levantamento da SPC Brasil aponta também que a falta de dinheiro para pagar as contas atrapalha a produtividade de pelo menos um quarto dos inadimplentes (25%). Já 21% disseram que se tornam pessoas mais impacientes e irritadas com os colegas de trabalho.
A situação chega a interferir nas relações familiares e de trabalho. Entre os entrevistados, 18% disseram que já agrediram verbalmente pessoas próximas da família e amigos devido à impaciência com a própria situação financeira.
E 14% já chegaram a agredir pessoas fisicamente pelo mesmo motivo.
O levantamento indica ainda que o maior temor dos inadimplentes em relação às suas dívidas é não conseguir honrá-las (36%), seguido de ser considerado desonesto por isso (11%), ter dificuldade em parcelar suas compras (9%), não conseguir emprego (9%) e não pode mais fazer empréstimos (7%).
A saúde mental acaba afetando as decisões financeiras
E o contrário também acontece. Isso porque quando uma pessoa está com problemas emocionais, tende a tomar decisões que não são tão favoráveis para as finanças. Algumas pessoas costumam gastar mais nessas horas.
Para se ter uma ideia, de acordo com o estudo Mind over Money, da Capital One e da The Decision Lab, o estresse impacta de forma negativa a capacidade que uma pessoa tem de tomar decisões financeiras de forma racional.
Dessa forma, quando se está estressado, a pessoa tem menos controle, o que acaba fazendo com que ela não consiga economizar e, consequentemente, torna a pessoa mais impulsiva nas compras.
Outra informação importante que o Money and Mental Health Policy Institute apresenta é que as pessoas que possuem problemas de saúde mental têm três vezes mais probabilidade de ter dívidas do que as que não têm.
E assim como as finanças afetam a saúde mental, o mesmo acontece de forma contrária. Mas é possível solucionar e manter a sua saúde, como um todo, equilibrada.
Um conselho para quem tem problemas emocionais é procurar a ajuda de um médico especialista, como um psicólogo para realizar um tratamento. Mas também é importante que você mantenha as suas finanças e gastos controlados.
Planejamento Financeiro
Para evitar as doenças causadas pela ausência de controle financeiro comece a adquirir o controle sobre suas finanças. O primeiro passo é: corte e reduza despesas para melhorar a sua saúde financeira.
Avalie no seu orçamento quais despesas podem ser eliminadas, mesmo que temporariamente, e as que você consegue reduzir.
Vigie o consumo de água, gás, energia elétrica. Avalie seu pacote do celular, reveja alguns hábitos de consumo no supermercado. Você vai sentir a diferença!
Outra boa medida é buscar alternativas de renda. Existe alguma atividade que você faça bem e que possa lhe garantir um dinheiro extra?
Aulas de violão, idioma ou reforço escolar, tradução e revisão de textos, passeio com cães da vizinhança, produção de bijuterias. Coloque sua criatividade para funcionar e garanta um reforço no seu orçamento.
Por fim, evite contrair empréstimos para quitar dívidas. Opte por este caminho somente se não houver alternativa. Lembre-se: uma dívida leva à outra. O mais seguro, neste caso, é que você negocie suas pendências e corte o máximo possível de custos.
Para cuidar do seu bolso, atenção:
– Mantenha seu orçamento sob controle;
– Estabeleça um plano de pagamento de dívidas em atraso: renegocie e evite o acúmulo de parcelas e efeito dos juros;
– Fuja das compras por impulso;
– Pague sempre o valor total da fatura do cartão, na data correta;
– Evite utilizar o limite do seu cheque especial.
Para cuidar da sua saúde mental, confira:
– Pratique meditação e exercícios físicos;
– Priorize manter boas noites de sono;
– Fale abertamente sobre a sua situação com alguém;
– Esteja atento aos sinais que o seu corpo lhe dá;
– Descubra como lidar com distúrbios financeiros.
Bem-estar financeiro pode ser uma alternativa para manter a saúde mental
Quando pensamos em bem-estar financeiro o que logo vem à mente é o fato de ganhar bem e ter uma renda alta. Porém, não é exatamente isso que significa bem-estar financeiro, pelo contrário.
O certo mesmo quando falamos em bem-estar financeiro é pensar se a pessoa acha que tem a capacidade de cumprir com todas as obrigações em relação ao dinheiro. Por conta disso, existem quatro pilares para serem avaliados, sendo eles:
-> Controlar os gastos;
-> Lidar com gastos imprevistos;
-> Ter objetivos claros em relação às finanças, como por exemplo, economizar para comprar um celular ou um carro;
-> Ter liberdade financeira para momentos de lazer.
Se você consegue ter esses quatro fatores sem se preocupar, a sua saúde financeira está estável. Vale ressaltar que o importante é você conseguir encontrar o equilíbrio.
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*Colaboração: Juliana Favorito
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