Qual impacto da Selic na poupança e investimento de renda fixa?

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O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. O movimento acontece após aumentar a taxa básica de juros 12 vezes consecutivas.

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Por conta disso, muitos investidores começaram a se perguntar quais são os impactos que esses aumentos podem trazer para as aplicações. Principalmente para a poupança e os investimentos de renda fixa, que estão atrelados à Selic.

Essa resposta deve levar em consideração alguns fatores. Dentre eles, que o mercado e o próprio Banco Central acreditam que a taxa continuará alta.

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De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a taxa Selic deve permanecer neste patamar até junho de 2023 — quando recuará para 13,5% ao ano. Para o fim do ano que vem, a projeção é de juros em 11,25%.

Como fica a poupança com a alta da Selic?

Com o valor da taxa em 13,75% ao ano, as aplicações que estão atreladas à Selic continuam mais atrativas. Isso significa que esses investimentos geram uma rentabilidade maior.

A poupança não fica para trás, já que o mesmo acontece com ela. Mas isso não quer dizer que a tradicional caderneta passará a ser melhor que outras aplicações de renda fixa. Não vai.

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É o que explica o educador financeiro do C6 Bank, Liao Yu Chieh:

A primeira conclusão que é possível tirar é que a poupança, a modalidade de investimento mais popular do Brasil, fica ainda mais desfavorável frente a outras opções de renda fixa. Isso acontece porque, quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança fica em 70% da taxa básica de juros, mas quando a taxa Selic supera os 8,5% ao ano, o retorno da poupança fica limitado a 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial.

Quanto rende cada investimento com o aumento da Selic?

Para ajudar os investidores, Chieh calculou quanto renderiam R$5 mil em diferentes tipos de investimentos de renda fixa no prazo de um ano, considerando o aumento da taxa Selic para 13,75%.

pessoas conversando sobre investimento
Com a Selic sofrendo aumentos constantes, o rendimento dos investimentos também acabam sofrendo alterações

De acordo com ele, ao aplicar R$5 mil em Tesouro Selic ou em um CDB que rende 100% do CDI, mesmo após descontar a alíquota do Imposto de Renda (de 17,5%) e considerando a expectativa de mercado para os juros futuros no período (de 13,70% ao ano), o valor líquido a ser resgatado seria de R$ 5,56 mil.

Na poupança, o valor seria de R$5,41 mil depois de um ano, no mesmo cenário. Ou seja, uma diferença de aproximadamente R$150 em 12 meses.

Veja a simulação do educador, para um aporte de R$5 mil em cada tipo de investimento:

Investimento inicialValor líquido do resgateRentabilidade líquida a.a.
PoupançaR$5.414,568,29%
Tesouro SelicR$5.565,1311,30%
CDB rendendo 101% do CDIR$5.571,1511,42%
CDB rendendo 103% do CDIR$5.583,2211,66%

Quais os melhores investimentos de renda fixa para este cenário da Selic?

Mesmo com a poupança rendendo um pouco mais, ela ainda não é uma boa opção quando comparada com outros ativos como CDBs e Tesouro Direto, que possuem uma liquidez diária.

Um exemplo disso é que a renda pós-fixada vai começar a oferecer uma maior atratividade nos próximos meses. Por esse motivo, pode ser que passe a valer a pena aumentar a exposição no investimento. 

E a renda fixa atrelada à inflação também é uma boa alternativa de investimento. Mas é importante estar atento ao cenário, principalmente para o próximo ano.

+ Tesouro Direto: saiba qual a melhor opção para você

Mas por que motivo escolher por esse tipo de investimento? Isso porque o momento conta com várias incertezas, tal qual a eleição presidencial – que se aproxima.

Através dos indicadores de emissão de títulos pós-fixados, uma saída pode ser ir atrás de papéis que estejam ligados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isso pode te ajudar a garantir que o valor investido não sofra com perda no poder de compra.

+ Tesouro Selic ou IPCA: qual a melhor opção para investir

Quais são os tipos de títulos do Tesouro Direto

Para te ajudar, saiba que existem três tipos de títulos públicos à venda no Tesouro Direto: prefixados, pós-fixados e híbridos. Confira!

  • Prefixados: no momento da compra, você sabe exatamente quanto vai receber de retorno, desde que faça o resgate apenas no vencimento do título;
  • Pós-fixados: você conhece os critérios de remuneração, mas só saberá o retorno total do investimento no momento do resgate. Isso porque os papéis são atrelados a um indexador que pode variar;
  • Híbridos: títulos que têm parte da remuneração definida no momento da compra e o restante atrelado à variação da inflação.

Os pós-fixados são aqueles indexados à taxa Selic e que podem ser impactados com todo esse cenário, ainda mais com as oscilações e cenários desfavoráveis.

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*Colaboração: Tamires Silva

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