O McDonalds é uma das empresas e marcas mais conhecidas do mundo. Em se falar de mercado financeiro também se trata de uma excelente ação para se investir para o longo prazo, ao menos no meu ponto de vista.
Anúncios
Deixando de lado a fama e os resultados operacionais da organização, a empresa possui uma presença física global absurda. Hoje em dia, é praticamente impossível não encontrar um McDonalds nas cidades mais visitadas do mundo.
Eu mesmo que os escrevo, sem julgar o fator gastronômico, sou um grande fã da rede, pois em qualquer país que eu vá eu sei que no McDonalds vou encontrar comida rápida e gostosa, num valor justo, com WI-FI e sem me preocupar com a conta ao final do meu pedido.
Anúncios
Neste momento mesmo escrevo de um McDonalds na pequena ilha mediterrânea de Malta.
O índice Big Mac
Esta presença global dá ao “Méqui” o poder de possuir em seu portfólio de lanches, o lanche mais vendido do mundo, o Big Mac. Para se ter uma ideia, mais de 1,5 milhões de Big Macs são vendidos por dia, isso somente nos EUA, se contarmos em todo o mundo, aproximadamente 2,5 milhões de lanches são vendidos.
O índice Big Mac foi inventado pelo portal e revista The Economist em 1986 como um guia de mundo real (e divertido) para entender se as moedas dos países onde o lanche é vendido estão em seu nível “mais correto” perante o poder de compra de um lanche.
Anúncios
O índice se baseia na teoria da paridade do poder de compra, a noção de que no longo prazo as taxas de câmbio devem se aproximar da taxa que equalizaria os preços de uma cesta idêntica de bens e serviços (neste caso, o sanduíche) em quaisquer dois países pesquisados.
“Burgernomics” não é uma ciência exata de como medir precisamente o desalinhamento das moedas, apenas uma ferramenta para tornar a teoria da taxa de câmbio mais digerível e palpável com o mundo real e um produto semelhante a todos os países.
No entanto, o índice Big Mac tornou-se um padrão global, incluído em vários livros de economia e objeto de dezenas de estudos acadêmicos. Para quem leva o fast-food mais a sério, também calculamos uma versão gourmet do índice.
Como funciona o índice?
A teoria da paridade do poder de compra leva em conta o fato de que as diferenças cambiais são determinantes para o valor absoluto de um produto ou serviço. As diferenças de preços entre países para um produto em comum deveriam ser aproximadamente o valor da diferença cambial.
Por exemplo, supondo que um Big Mac custe 1 dólar nos EUA, e para cada 1 dólar se compra aproximadamente 5,50 reais, entende-se que o Big Mac no Brasil deveria custar 5,50 reais.
Porém, é exatamente isto que o índice Big Mac mostra, que esta diferença nem sempre é exata e demonstra as diferentes condições de poder de compra da população de cada país.
O índice coloca o valor do Big Mac nos EUA como valor a ser comparado. Caso o valor do sanduíche esteja mais caro contando a cotação da moeda perante o dólar americano, isso demonstra que a moeda possivelmente está sobrevalorizada, ou seja, com um valor acima daquele que deveria valer numa economia global.
Isso é demonstrado em sua maioria por países de maior desenvolvimento econômico como Canadá, Suécia, Uruguai, Noruega e Suíça.
No caso contrário, se o Big Mac estiver abaixo do valor dos Estados Unidos, isso demonstra que a moeda está subvalorizada, encabeçam a lista países em condições econômicas lastimáveis como Venezuela, Romênia, Indonésia, África do Sul, e infelizmente o Brasil, porém não estamos tão mal assim.
Nas figuras abaixo, retiradas do site do The Economist, fica mais claro verificar as diferenças. Primeiro um caso onde o Big Mac custa mais, como na Suíça.
Como podemos ver, franco suíço é considerada uma moeda sobrevalorizada segundo os critérios do índice Big Mac.
Já no caso do Brasil vemos o contrário, onde a moeda é subvalorizada.
A notícia é triste para os brasileiros, é claro, porém ao menos podemos comer um “Méqui” num valor menor que os nossos amigos norte-americanos.
O índice que foi criado basicamente a partir de uma brincadeira pelos editores da The Economist, hoje traz dados importantes para pesquisas acadêmicas e até para decisões de políticas monetárias.
Eu gosto de índices que trazem dados da vida real, pois evidenciam fatos do dia a dia das pessoas, além de trazer um público mais leigo para o conhecimento das ciências econômicas.
Quer ver mais países do índice? Acesse o portal interativo do The Economist!
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Confira outros textos de Renato Carvalho, colunista do FinanceOne:
- Como o Blockchain pode transformar o agronegócio e por que isso importa?
- Bitcoin a 20 mil dólares: barganha ou o há espaço para mais quedas?
- Quais os impactos no preço do Bitcoin após a SEC negar o ETF do criptoativo?
- Por que o ‘dollar cost averaging’ é a melhor estratégia para acumular Bitcoins?
- Paridade entre o valor do euro e do dólar: e agora?