Quem nunca se atrapalhou com os juros do rotativo do cartão de crédito que atire a primeira pedra. Eles entram em funcionamento quando o valor total da fatura não é pago integralmente.
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Ou seja, quando o titular paga somente parte dos gastos, como a quantia mínima. O saldo que fica de um mês para outra volta posteriormente, acrescido de juros.
Sendo assim, o rotativo do cartão de crédito funciona aproximadamente como um “pequeno empréstimo”.
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O banco cobre as despesas do cliente em um mês, mas em seguida exige uma taxa sobre o serviço prestado e o valor pago.
Como funciona o crédito rotativo?
As novas regras do cartão de crédito surgiram da alteração no regulamento do Banco Central, que entrou em vigor em 2018.
Essas novas regras foram tomadas visando mitigar a bola de neve gerada pelos juros rotativos do cartão, também conhecidos como crédito rotativo.
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A partir das novas regras do cartão de crédito, os clientes podem ficar no máximo 30 dias no rotativo.
Em outras palavras, a opção de pagamento mínimo da fatura só poderá ser utilizada uma vez. Após essa utilização, o cliente só poderá fazer isso novamente após quitar todo o saldo do rotativo.
No vencimento da próxima fatura o cliente terá apenas duas opções:
- Pagar o valor integral da fatura;
- Parcelar o saldo do rotativo do cartão de crédito.
O parcelamento em questão será feito segundo as opções oferecidas por cada instituição financeira.
Conforme as novas regras, o parcelamento do saldo devedor deverá ser com uma taxa de juros menor que a cobrada pelos bancos no rotativo do cartão.
Dessa forma, o cliente só terá a opção de realizar o pagamento mínimo da fatura novamente quando quitar o saldo devedor.
Taxas ainda são as maiores do mercado
Apesar da mudança nas regras dos juros rotativos, eles ainda são os maiores do mercado. Portanto, evitá-los é a melhor estratégia.
No mês de maio, os juros do cartão de crédito registravam o valor de 370,4% ao ano. Esse é o maior valor em cinco anos.
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 23,4% ao ano, em julho, para 22,8% ao ano, em agosto.
Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 53,4% ao ano, em julho, para 53,9% ao ano, em agosto, o maior nível desde abril de 2018 (56,3% ao ano).
No final de setembro de 2022, o Banco Central informou um novo aumento. A taxa média de juros subiu de 349,9% ao ano em julho para 398,4% ao ano em agosto. Segundo o BC, essa foi a maior taxa desde agosto de 2017 – quando atingiu 428% ao ano.
5 dicas para não cair nos juros rotativos
Apenas usando seu cartão de crédito de maneira correta é possível evitar os juros do rotativo e cair em dívidas que você não consegue resolver. Portanto, confira algumas dicas para melhorar seu controle financeiro e evitar problemas:
1 – Faça um planejamento de compras
Gastos impulsivos no cartão de crédito são um grande risco. Nem sempre utilizar a função crédito é a melhor opção para uma compra e ter consciência de seus gastos é essencial.
Sempre que o valor do produto for baixo e você tiver dinheiro em espécie ou no débito faça o pagamento na hora, evitando taxas, juros e uma fatura mais alta que o necessário.
Ou seja, pense também em compras futuras que não poderão ser evitadas. Se você sabe que tem um gasto grande para ser feito no mês seguinte e que precisará do limite do seu cartão livre ou irá gerar uma fatura muito alta, talvez seja melhor evitar uma compra no crédito.
2 – Tenha controle financeiro
Saber quando e onde você está usando seu cartão de crédito é essencial para evitar dívidas ou situações que resultem em juros rotativos.
Controlar os custos, qual o valor que já está acumulado para a próxima fatura e, até mesmo, qual valor você consegue pagar é essencial.
Controle financeiro ainda te ajuda a identificar fraudes de cartão, duplicação de cobranças e cobranças indevidas.
Apenas sabendo onde o cartão está sendo usado é possível identificar essas irregularidades na fatura. Sempre confira as compras antes de realizar o pagamento.
3 – Pense duas vezes antes de parcelar
O parcelamento é ótimo para evitar um valor mais alto no mês seguinte, porém ele também significa que você vai passar mais tempo pagando por uma compra.
Talvez os R$80 reais da parcela não sejam um problema dentro de 30 dias, mas em três meses podem fazer a diferença entre conseguir ou não pagar uma fatura.
Evitar o parcelamento, quando possível, é sempre a melhor opção, principalmente quando juros são cobrados no parcelamento. O controle financeiro pode te ajudar muito a decidir sobre isso.
4 – Cuidado com datas de vencimento
A data de vencimento do seu cartão, em geral, é decidida pelo usuário. Esquecer de pagar dentro do prazo faz com que juros sejam cobrados e pode gerar dívidas muito grandes e te fazer perder o controle.
Tome sempre cuidado para não atrasar o pagamento e escolha uma data em que você sabe que terá dinheiro. De nada adianta colocar o vencimento da fatura para o fim do mês se você sabe que seu salário não dura até lá.
Organizar suas finanças para ter dinheiro para pagar essa conta dentro do prazo é essencial.
5 – Utilize tecnologias de controle de gastos
Controlar quanto se está gastando no crédito pode ser difícil, principalmente se você não está acostumado. Existem diversos aplicativos e planilhas que podem ajudar no controle financeiro.
Muitos softwares são interligados com o aplicativo do seu cartão, de forma que toda vez que você o utiliza os dados da compra são automaticamente inseridos no programa.
Eles te mostram quando e onde a compra foi feita, quanto já foi gasto do seu limite, qual o valor da fatura seguinte até aquele momento e as taxas de juros.
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*Colaboração: Camila Miranda e Mateus Carvalho