Os NFTs são tokens não fungíveis. Mas o que isso significa?
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Não fungível significa que não é possível se replicar o valor de uma peça original, um exemplo prático seria o seguinte:
– Você e mais cinco amigos colocam cada um uma nota de R$100 em uma urna. Após uma hora, todos voltam e pegam cada um uma nota. Se alguém pegou a nota que outra pessoa colocou na urna ao invés de pegar exatamente aquela que ele colocou? Existe algum problema?
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Não, pois as notas de real são fungíveis, podem ser reimpressas (pelo governo, é claro), mas o valor de uma nota de R$100 é o mesmo valor de qualquer outra nota de R$100. Ou seja, as notas de R$100 são fungíveis.
Agora veja esta situação:
– Você e mais cinco amigos colecionadores de arte colocam uma pintura da Monalisa numa urna, uma idêntica à outra, porém a sua peça é a pintura original de Leonardo da Vinci.
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Após uma hora, todos voltam e pegam cada um uma pintura. A diferença agora é que existe um grande problema se as pessoas pegam a pintura de outra pessoa, pois a pintura original está entre elas, e esta possui muito mais valor que as outras cópias idênticas. A pintura original da Monalisa é não fungível.
Agora vamos aos tokens, o que são os tokens? Os tokens podem ser qualquer coisa, isso mesmo, qualquer coisa! Um desenho, um meme, uma música, um vídeo, um selo digital, e até um terreno num mundo virtual.
Para ilustrar melhor, vamos aos cinco NFTs que mais movimentaram o mercado:
1 – CryptoPunk #9998 (532 milhões de dólares)
Se você veio a este artigo já sabendo um pouco sobre NFTs, com certeza já ouviu falar dos CryptoPunks, este é o nome dado a uma coleção de 10.000 desenhos de gosto duvidoso como o abaixo, que são vendidos e colecionáveis no blockchain do Ethereum.
Há controvérsia sobre o valor da venda deste ativo, pois alega-se que ele foi vendido e comprado por uma mesma conta no blockchain, ou seja, o próprio vendedor comprou sua arte por um valor estratosférico com o objetivo de gerar hype na sua imagem.
+ Cryptopunk: o que é e como comprar
2 – Everydays: The First 5000 Days (69 milhões de dólares)
Esta é a arte digital ou NFT mais conhecido do mundo. O artista Mike Beeple criou uma imagem por dia desde 2007 e reuniu estas imagens numa grande imagem resultando na obra abaixo.
Além de ser o segundo NFT mais caro da história, Everydays também é a terceira obra de arte mais cara da história considerando obras vendidas com o criador ainda vivo.
3 – CryptoPunk #7523 (11 milhões de dólares)
Em terceiro lugar mais uma figura da coleção dos CryptoPunks, esta conhecida como “Covid alien”.
Tal NFT foi comprado por Shalom Meckenzie, um dos donos da empresa de apostas esportivas Draft Kings.
4 – CryptoPunk #3100 e CryptoPunk #7804 (7.5 milhões de dólares)
Empatados em quarto lugar, duas figuras também da coleção CryptoPunk, não há qualquer explicação para uma figura custar mais caro do que a outra, a não ser que cada uma possui características únicas.
5 – CrossRoads (6.6 milhões de dólares)
Mais uma obra de gosto duvidoso, CrossRoads mostra o ex-presidente Donald Trump coberto de palavrões enquanto um pássaro faz um “tweet” do emoji do palhaço, isso tudo como plano de fundo para alguns pedestres passeando calmamente.
Mas você pode estar se perguntando: qual a psicologia por trás de alguém que compra a posse de uma imagem, música, meme, entre outros ativos virtuais, sendo que um simples ctrl c + ctrl v, pode replicar estes ativos em questão de segundos?
Isso vai de cada um, cada pessoa sabe o valor de algo para elas, é muito difícil mensurar o valor emocional de alguns objetos ou até mesmo a exclusividade de possuí-los.
Acredito que vivemos um hype enorme nos NFTs e que provavelmente 99% destes ativos digitais terão seu valor reduzido a zero no longo prazo, sendo este um investimento de altíssimo risco, porém merece a atenção de qualquer investidor de criptomoedas, pois já demonstrou que a categoria veio para ficar.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é o novo colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele trará informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Leia também os textos de:
- Antonio Alvarenga, colunista que descomplica o empreendedorismo;
- Guilherme Costa Val, colunista que aborda direitos tributários de forma simplificada;
- Ronaldo Junior, colunista que traz tudo o que você precisa saber sobre direitos trabalhistas.