
Os brasileiros foram surpreendidos, na última semana, com mais um ajuste de preços anunciado pela Petrobras. Os valores da gasolina, diesel e gás de cozinha foram reajustados para os distribuidores e passaram a valer a partir de sexta-feira (11).
No caso da gasolina, o aumento chega a 18,8% – o preço médio praticado pelas refinarias passa de R$2,25 para R$3,86 por litro. Já o diesel teve aumento de 24,9% e o gás de cozinha 16,1%.
Mas, afinal, o que motiva os constantes aumentos no preço da gasolina brasileira? Para além dos fatores internos, como a inflação, a guerra entre Rússia e Ucrânia desponta como um dos principais culpados no momento. Mas não é só isso. Saiba mais sobre:
Os principais culpados pelo aumento do preço da gasolina no Brasil
Política de preços da Petrobras
Não é de hoje que os brasileiros vêm enfrentando reajustes no preço da gasolina no país. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do combustível aumentou 44% em relação ao valor médio do mesmo período do ano passado.
Isso acontece, em parte, por conta da Política de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobras em 2016 após um período de crise no então governo de Dilma Rousseff. Com o real desvalorizado, a companhia petrolífera passou a adotar uma política de preços atrelada ao dólar, fazendo com que o preço dos barris de petróleo seguissem o mercado externo.
Guerra entre Rússia e Ucrânia
Como a Petrobras adota paridade ao dólar para definir os preços praticados em suas refinarias, mesmo conflitos distantes do Brasil são capazes de afetar o valor de commodities como o petróleo. E é por isso que a guerra entre Rússia e Ucrânia também entra na lista de culpados pela alta do preço do combustível.
Além de afetar as cadeias de suprimentos de diversas partes do mundo, o conflito também atingiu em cheio o setor petrolífero. Como a Rússia é uma das principais produtoras de petróleo do mundo, o preço da commodity rompeu todas as barreiras até então. A alta na cotação do barril de Brent – padrão adotado internacionalmente – ultrapassou 70%.

Como o governo federal pretende intervir na alta dos preços?
O governo federal anunciou uma série de medidas para conter o avanço dos preços da gasolina em meio à crise global. O Senado aprovou, na última quinta-feira (10), o projeto de lei complementar (PLP) 11/2020, que visa reduzir os preços da gasolina e do óleo diesel no país.
O texto do PL propõe a adoção de uma cobrança de ICMS único para todos os entes da Federação – hoje, cabe aos Estados definir as taxas praticadas. A matéria sofreu alterações e agora precisa ser reavaliada e aprovada pela Câmara.
O Senado também aprovou a criação de um vale gasolina de R$ 300 para motoristas de aplicativos de transporte a fim de conter a alta dos preços em corridas e outras atividades do setor. O presidente Jair Bolsonaro prometeu adotar novas medidas para frear os aumentos, como a introdução de subsídios e mesmo uma mudança na política da estatal mista.
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