Onde investir com Selic a 2%? Especialista orienta!

0
1564
Moedas empilhadas em forma de gráfico com as letras da palavra INVEST em cima delas
5
(3)

O Banco Central (BC) decidiu na quarta-feira, 5 de agosto, reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, de 2,25% para 2%.

Anúncios

O corte renovou o menor patamar histórico para o índice desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.

Com a decisão, os juros reais no Brasil ficam negativos em 0,71%. Ou seja, a rentabilidade de muitos fundos conservadores, que acompanham o rendimento dos títulos públicos, passa a ser negativa.

Anúncios

selic
Com Selic a 2%, brasileiro terá que ser mais arrojado nas suas aplicações para conseguir rentabilidade

Contudo, a conjuntura econômica, de acordo com o BC, continua demandando estímulo monetário. O que deve fazer com que novos ajustes aconteçam.

“O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, informa o comunicado do BC.

Como fica a Renda Fixa com a Selic a 2%?

A cada novo corte na Selic, investimentos tradicionais como a poupança e o Tesouro Selic se tornam mais uma reserva de valor. Afinal, o rendimento do Tesouro empata com a inflação, e o da poupança até perde dela.

A caderneta traz um desempenho negativo para as reservas do investidor. Agora, a aplicação tem rendimento de 70% da Selic mais a taxa referencial (TR).

Anúncios

Ou seja, o rendimento para 12 meses da caderneta agora é de 1,40%. Considerando que a inflação projetada pelo último boletim Focus para o final deste ano é de 1,63%, o rendimento real da poupança fica abaixo da inflação, com juros negativos.

Portanto, a caderneta passa a ter uma perda real de 0,23% (inflação – poupança) ao ano.

O que o investidor conservador precisa fazer agora?

Uma das principais recomendações para ter ganhos um pouco maiores com a Selic a 2%, e ainda sem deixar o porto seguro da renda fixa, é procurar por títulos de prazos mais longos.

Pode ser Tesouro Direto, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) ou Letras de Crédito, por exemplo.

Diferentemente da poupança ou de fundos DI, em que o saque pode ser feito a qualquer momento, a maior parte dessas aplicações tem data específica para resgate.

O que pode variar de menos de um ano até mais de dez. O Tesouro Direto, por exemplo, tem opções com duração de até 35 anos.

A vantagem: quanto mais longo o prazo, maior tendem a ser os juros oferecidos, e, mesmo com a Selic a 2%, é possível encontrar remunerações de mais de 140% do CDI (2,8%) e outras que passam dos 6%.

O título prefixado do Tesouro com vencimento em 2031, por exemplo, está pagando atualmente 6,6% ao ano. É o equivalente a impressionantes 230% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

É a hora de diversificar os investimentos

Se você é um investidor conservador, o ideal para conseguir mais rentabilidade é diversificar os investimentos.

Ou seja, deixe uma parte em renda fixa e separe uma parcela dos investimentos para comprar ativos de renda variável.

Apesar de terem mais risco conseguem ter uma maior rentabilidade, como ações, fundos imobiliários ou fundos multimercados, por exemplo.

Na renda fixa, papéis com mais risco e sem proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) também são opções para diversificar. Exemplos desses papéis são debêntures e Certificados de Recebíveis.

Contudo, é bom lembrar que, por exemplo, CDBs de bancos pequenos ainda podem ser encontrados com taxas prefixadas de mais de 10% ao ano, muito acima da Selic, mas sem liquidez imediata.

Além disso, vale a pena começar a estudar investimentos em ações, fundos imobiliários e outros fundos de investimentos, para buscar melhores rentabilidades.

Entretanto, é importante que esses investimentos estejam alinhados aos prazos que você traçou para usar o seu dinheiro aplicado. Além de entender direito a que risco estará exposto em cada ativo investido.

Especialista diz que brasileiros terão que arriscar mais

Para o coordenador do MBA de gestão financeira da FGV, Ricardo Teixeira, o brasileiro que historicamente tem um perfil conservador no quesito investimento, terá que mudar de perfil.

Segundo ele, a saída com a Selic em 2% é empreender ou se ingressar no mercado financeiro. Teixeira aponta ainda que modalidades que estavam um pouco obsoletas devem voltar com força no dia a dia do brasileiro que deseja ter rentabilidade.

“A decisão do Banco Central provavelmente vai alavancar os preços dos ativos tangíveis como carros usados, imóveis urbanos, de lazer e rurais, joias e obras de arte (nesses últimos dois casos para aplicadores conservadores mais “arrojados e sofisticados”), bem como dos fundos de investimento em imóveis e aqueles com carteiras predominantemente conservadoras”, explica Ricardo Teixeira.

Se você é um investidor conservador, confira o conteúdo do FinanceOne sobre onde investir diante do cenário atual.

O que achou disso?

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 3

Seja o primeiro a avaliar este post.

Lamentamos que este assunto não tenha sido útil para você!

Diga-nos, como podemos melhorar?

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui