
A cultura da casa própria está enraizada na cultura brasileira. O sonho de possuir um imóvel ou diversos imóveis é assunto comum nas rodas de amigos e familiares. A questão que fica é: colocando na ponta do lápis, vale a pena ser dono de um imóvel em termos financeiros?
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A polêmica é grande, a resposta obviamente depende de diversos fatores, se possuir um imóvel for o grande sonho de uma pessoa, colocar tudo na ponta do lápis pode não ser uma razão para se desistir desse sonho. Portanto para esta pessoa, sim vale a pena possuir um imóvel ao invés de morar de aluguel.
Para todas as outras, financeiramente, VALE A PENA MORAR DE ALUGUEL e investir o capital em ativos pagadores de renda ou dividendo. Eu explico. Para fins de exemplo, vamos colocar um imóvel no valor de R$100 mil.
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Opção 1 – Comprar o imóvel:
Para comprar o imóvel, é necessário pagar os R$100 mil. Existem duas formas: uma pagando à vista e outra financiando o imóvel, ou seja, pagando juros ao banco que normalmente superam a taxa Selic.
Caso a pessoa decida morar no imóvel, não tem o custo do aluguel, claro, porém agora a pessoa possui um bem imóvel que estará para sempre na mesma localização, impossibilitando o dono de morar em outro imóvel caso precise.
Se a pessoa decidir alugar este imóvel, ela poderá receber um aluguel de aproximadamente 6% do valor do imóvel no ano, que seriam R$500 por mês. Porém pode haver desconto de imposto de até 15% sobre este valor, sobrando líquido para o dono o valor de R$425 por mês.
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Além disso, o dono corre o risco de uma desvalorização do imóvel, da região em que o imóvel se encontra, e caso queira vender, precisa vender o imóvel todo, num valor considerável, sem a possibilidade de fracionar a venda.
Opção 2 – Investir os R$100 mil e morar de aluguel:
Para começar, a pessoa não precisa desembolsar R$100 mil de uma única vez, além de não precisar se endividar com o banco para levantar o capital rapidamente.
Lembre-se, empréstimo/crédito é dívida, os nomes créditos e empréstimo são puro marketing para que as pessoas se endividem e os credores ganhem dinheiro fácil em cima dos sonhos das pessoas.
Hoje em dia, existe uma categoria já bastante disseminada e acessível no mercado que são os Fundos de Investimento Imobiliário ou FIIs.
Os FIIs nada mais são do que fundos que possuem imóveis ou crédito imobiliário de alta qualidade, e são divididos em cotas, que são ofertadas na B3. As cotas variam de valores entre R$10 e R$200 normalmente, por isso bastante acessíveis a investidores de todos os portes.
Supondo que o comprador coloque os R$100 mil em um FII, hoje, em média, é possível conseguir facilmente 10% ao ano investindo em FIIs.
Dividindo este valor mensalmente, o comprador receberia R$833 todos os meses, e o melhor de tudo, isento de imposto de renda. Praticamente o dobro do valor recebido caso o valor estivesse em um imóvel alugado.
Portando, numa conta simples, se a pessoa deseja morar num imóvel avaliado em R$100 mil, ela poderá investir o capital num FII, receber R$833 por mês.
E utilizar o valor para pagar o aluguel e investir em mais cotas para receber mais dividendos no próximo mês e assim em diante.
O que você acha? Faz sentido?
Eu, pessoalmente sou investidor assíduo de FIIs. Eu não possuo moradia fixa, nem cidade fixa, portanto para mim o aluguel é uma excelente forma de se viver. Mas nem todo mundo pensa como eu ou vive como eu vivo.
Cada um deve colocar na balança todos os fatores do processo decisório de como viver e se deve comprar ou alugar um imóvel. Mas na ponta do lápis, não há dúvida…financeiramente é melhor morar de aluguel.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas e investimentos. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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