Como a Web 3.0 está transformando a economia global

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Tente imaginar um mundo no qual a economia digital funciona de forma transparente (você não possui desconfiança ou dúvidas sobre por onde seus dados trafegam ou quem os possui), democratizada (onde países e sociedades em situação de  vulnerabilidade possam ser finalmente incluídos no mundo financeiro global) e independente (onde todos possuem total autonomia sobre seus próprios dados, principalmente os dados financeiros, sem depender de terceiros para isso). Por isso é importante entender o contexto da Web 3.0 em meio à tranformação digital.

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Me parece um excelente cenário, não acha?

Pois saiba que estamos diante de uma transformação que vai, cada vez mais, chegar próximo deste cenário que acabo de descrever. Vamos começar por alguns números atuais deste chamado processo de digitalização da economia:

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O Fórum Econômico Mundial estima que a economia digital atingirá uma avaliação de US $20,8 trilhões até 2025. Um aumento impressionante de 40% em relação aos US $14,5 trilhões em 2021. Isso já nos mostra um empenho promissor de crescimento. Porém, a fim de atingirmos um nível de inclusão global financeira precisamos tocar em outra tecla.

A democratização da Web 3.0

Sabemos que a economia no contexto da Web 3.0, assim como outros setores e suas particulares transações e construções, tem como base um sistema descentralizado. 

Como já expliquei um pouco em meu artigo sobre o funcionamento da Web 3, isso significa que a rede é de todos e ao mesmo tempo de ninguém. Você pode pensar: “tudo bem Andrea, você já explicou isso, assim como as vantagens da Web 3 e suas ferramentas  em nossas vidas e em nossos negócios e já entendemos”. 

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Perfeito, porém você já parou para pensar que tudo que estamos acostumados até agora, especialmente se tratando de economia, é fruto de um sistema centralizado e que estamos muito acomodados com isso?

Como assim, Andrea?

Veja bem, existem grupos de instituições financeiras as quais nós confiamos para controlar e guardar nosso dinheiro, enquanto isso os governos dominam a frente legal e garantem autonomia a essas instituições, e por fim as Big Techs possuem domínio total dos nossos dados. Aparentemente todo este processo funciona pra gente pois cada um está fazendo sua parte de acordo com seu interesse, certo?

E o seu interesse, onde fica? Sua autonomia sobre sua própria vida digital? 

Exatamente este futuro que eu quero que você comece a enxergar.

Web 3.0: industrializando a confiança 

Agora imagine este mesmo cenário econômico em ação na realidade da terceira fase da internet (você já sabe que estou falando da Web 3.0). Se entendemos que o Blockchain se trata de uma infraestrutura fundamental da nova geração da internet que permite que qualquer pessoa, em qualquer lugar possa ter total acesso, controle de seus próprios dados sem depender de nenhuma BIgTech ou instituição, estamos diante de um modo inteiramente independente de lidar com nossos dados. 

A verdade é que a tecnologia Blockchain nos fornece muito mais do que compreendemos atualmente. (Inclusive falo um pouco sobre uso do Blockchain em diferentes áreas de seu negócio tradicional, e de como pode garantir transparência e acessibilidade de informação no último episódio do meu podcast Metanoia Lab)

Pensamos muito em níveis técnicos dessas tecnologias e acabamos por esquecer que talvez a maior revolução tecnológica que a Web 3 pode trazer para a economia é um novo tipo de confiança. E blockchains industrializam a confiança.

De acordo com uma recente publicação feita pelo Fórum Econômico Mundial, a nova economia digital é definida simplesmente por ela…sim, a confiança!

Quem acompanha meu trabalho há algum tempo sabe que uma das minhas especialidades são as habilidades interpessoais e como sou defensor de que a verdadeira transformação digital não é tecnológica e sim, humana. Então imagine a minha catarse quando li recentemente  o trecho a seguir: 

“O fator fundamental de produção que uma economia digital economiza é a confiança. Blockchain não é uma ferramenta nova. É uma nova infraestrutura econômica que permite que qualquer pessoa, em qualquer lugar, confie nos fatos subjacentes registrados em um blockchain, incluindo identidade, propriedade e promessas representadas em contratos inteligentes.

Camadas de soluções institucionais para problemas de confiança evoluíram ao longo de talvez milhares de anos. Estas são camadas institucionais profundas – estado de direito, princípios de governança democrática, independência da burocracia, etc. Em seguida, existem camadas administrativas contendo estruturas organizacionais – a corporação pública, organizações sem fins lucrativos, ONGs e tecnologias similares de cooperação. Depois temos os mercados – instituições que facilitam o intercâmbio entre humanos.”

Leia a publicação completa em inglês do World Economic Forum aqui!

Economia Digital baseada na Web3

+ democratização = + produção e + criatividade

Existe muito ainda a ser compreendido, aplicado, sancionado até que consigamos atingir um nível ideal de inclusão tanto digital quanto financeira em uma escala global. De qualquer forma é importante enxergarmos tudo isso que está por vir como um grande ganho para todos. 

Recentemente fui convidado pela Oi Soluções para cobrir o Febraban Tech 2022, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, e uma fala do Maurício Magaldi da 11:FS encaixa muito bem aqui para concluirmos a nossa reflexão mensal aqui no Finance One. Ele diz o seguinte:

“Essa característica do mundo Blockchain de comprovação dos dados faz com que você resolva interoperabilidade de forma pública não permissionada e que todo mundo tenha acesso. Essa combinação com essas tecnologias cria para quem trabalha no ambiente criativo novas possibilidades e já é uma realidade, só que não está bem distribuída. Então, precisamos simplificar para maior adesão dessa nova realidade”.

Ou seja, podemos entender que com a democratização da nova fase da economia digital vem o incentivo e com o incentivo surge uma nova onda de criatividade e oportunidades em um mundo cada vez mais conectado.

Andrea Iorio é colunista mensal do FinanceOne

Escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança, Andrea Iorio é colunista do FinanceOne. Os textos são publicados mensalmente. Fique atento!

Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional. Italiano radicado no Brasil, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por cinco anos e Chief Digital Officer na L’Oréal.

Veja a seguir outros textos de Andrea Iorio:

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