Soft Skills e metaverso: a chance de elevar qualidade de treinamento nas empresas

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imagem de um metaverso
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Parece que somente agora o termo “Metaverso” e suas implicações vieram à tona no mundo dos negócios. Quem acompanha as mutações do mundo business tem a impressão de que o metaverso acabou de ser criado e que a corrida para conquistar pioneirismo nos mundos virtuais se torna cada vez mais acirrada.

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De repente precisamos (JÁ!) estar presentes com nossas empresas, negócios e produtos disponíveis para que os primeiros aventureiros dessa realidade tenham a melhor experiência possível.

A verdade é que, apesar do atual frenesi em torno da conquista de um novo mundo virtual, o conceito do metaverso não teve seu início original neste milênio. O termo foi usado pela primeira vez no romance de 1982 de Neil Stevenson, Snow Crash.

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O metaverso de Stevenson era um lugar virtual onde os personagens podiam escapar de uma sombria realidade totalitária. Claro que isso também nos lembra um filme de 1999 que talvez você já tenha visto, o Matrix.

No longa dirigido pelas irmãs Wachowskis, o mundo físico real é um cenário de guerra entre máquinas e humanos, enquanto em paralelo, existe o mundo da Matrix, onde as mentes das pessoas vivem aprisionadas em uma realidade anestesiada sem qualquer conhecimento sobre o que acontece no mundo real.

Veja bem, a construção do metaverso como estamos testemunhando hoje não é tão diferente do filme e do livro de Stevenson, exceto por isso: não estamos em busca de uma anestesia ou escapatória da nossa realidade, estamos em busca do melhor que podemos ser enquanto seres humanos, queremos explorar, criar e experienciar isso tudo de modo virtual em conjunto com o mundo físico. 

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É aqui que começo o meu ponto

Já passamos da parte do processo de aceitar que a  tecnologia caminha conosco no modo em que vivemos e trabalhamos, certo?

Como eu mencionei anteriormente, o nosso foco virou a corrida para chegar primeiro. Gigantes do mercado estão neste momento investindo bilhões de dólares no metaverso (Meta, Microsoft, Nike, etc), com uma visão fixa de que é no metaverso que as relações entre empresas e clientes vão acontecer (já estão – veja os NFTs).

Se pararmos para pensar um pouco, em todo esse processo, a interação humana sempre vai ser o início, meio e o fim de tudo e não é preciso ir longe para chegar a conclusão de que, com as corporações, novas oportunidades de trabalho surgirão no o metaverso. E acredite, todos vão querer chegar primeiro.

Com o avanço da Web 3.0, as habilidades técnicas têm sido prioridade total nos investimentos quando pensamos em treinamento e recrutamento. Ou seja, vemos um mar de candidatos perfeitos com todas as habilidades necessárias de entrega. Como filtrar?

Aí entram as soft skills, o fator de diferenciação que vai definir quem fica e quem sai no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, essas habilidades interpessoais ainda não possuem uma fórmula correta de medição por serem intangíveis, e seu desenvolvimento acaba sofrendo duras quedas como a falta de investimentos e ferramentas necessárias; por isso seu avanço é constantemente interrompido. 

O metaverso é grande o game changer de tudo isso

Assim como o termo “metaverso” não existe de hoje, as possíveis aplicabilidades das soft skills em um mundo virtual também já estão sendo estudadas há um tempo.

O estudo A Eficácia do Treinamento de Soft Skills na Realidade Virtual para as Empresaspublicado pela PwC em 2020, mostrou que a realidade virtual é uma ferramenta perfeita para o treinamento de habilidades sociais, provando ser mais eficaz até mesmo que métodos online de aprendizado como conhecemos.

Dados da pesquisa realizada com profissionais em cargos de liderança de 12 locais dos Estados Unidos revelaram vantagens nos seguintes segmentos:

CONFIANÇA: Os V-learners (como são chamados os que absorvem conhecimento dentro da Realidade Virtual)  foram 275% mais confiantes para agir de acordo com o que aprenderam após o treinamento — uma melhoria de 40% em relação à sala de aula e de 35% em relação ao e-learning. 

FOCO: V-formandos foram até quatro vezes mais focados do que e-formandos (aqueles adeptos de aprendizado online da Web 2.0). Eles concluíram o treinamento em média quatro vezes mais rápido que o treinamento em sala de aula e 1,5 vez mais rápido que o e-learning. V-formandos eram 3,75 vezes mais conectados emocionalmente.

BAIXO CUSTO E EFICÁCIA: O V-learning provavelmente será um acelerador que ajudará a impulsionar uma nova era de treinamento e educação empresarial oferecendo uma experiência econômica, imersiva e eficiente para treinar os funcionários em habilidades sociais.

ENGAJAMENTO: Os V-learners se mostraram 2,3 vezes mais conectados ao conteúdo do que os e-formandos em sala de aula. Além desses benefícios, estima-se que o v-learn seja mais econômico do que as modalidades de sala de aula ou e-learning quando entregues em escala.

Fonte imagem: Estudo da PwC “A Eficácia do Treinamento de Soft Skills na Realidade Virtual para Empresas”

Ou seja, na medida que ferramentas necessárias para entrar no metaverso vão se tornando mais acessíveis globalmente, mais os líderes vão poder aplicar um desenvolvimento imersivo em suas empresas.

De forma a deixar de lado métodos tradicionais de ensinar habilidades interpessoais aos funcionários – como assistir a palestras, revisar cases ou aplicar testes cansativos sem nenhuma eficácia comprovada. 

Imagine um mundo onde colaboradores vão poder se engajar em situações reais de risco como uma reunião difícil, por exemplo, praticar empatia, treinar reações em gerenciamento de crise, tudo isso, sem o risco ou medo de serem desligados da empresa? Esse mundo está aqui.

Conheça Andrea Iorio, colunista do FinanceOne

Escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança, Andrea Iorio é novo colunista do FinanceOne. Os textos são publicados mensalmente. Fique atento!

Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional. Italiano radicado no Brasil, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por cinco anos e Chief Digital Officer na L’Oréal.

Confira outro texto de Andrea Iorio:

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Andrea Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional e escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança. Italiano radicado no Brasil e economista de formação, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por 5 anos e Chief Digital Officer na L’Oréal. Hoje também é professor de MBA na Fundação Dom Cabral, e compartilha reflexões e provocações sobre negócios na interseção de tecnologia, filosofia e neurociência de forma única com seus mais de 60 mil seguidores no LinkedIn, no seu podcast Metanoia Lab e em suas mais de 100 palestras por ano. Sua primeira obra “6 competências para surfar na transformação digital” se tornou um best-seller e conquistou o topo na lista dos mais vendidos na Amazon na área de gestão de pessoas.

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