As empresas brasileiras e sua jornada rumo à maturidade da transformação digital

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homem em um escritório olhando para uma tela de computador com gráficos
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Nos últimos anos, as empresas brasileiras vêm se mostrando cada vez mais abertas às inovações tecnológicas. Desde a indústria farmacêutica, química, varejista, de seguros até a financeira, os dados não mentem.

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Segundo a pesquisa TIC Empresas 2021, desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), 39% das grandes companhias brasileiras já automatizam seus processos por meio do uso de Inteligência Artificial.

Claro que, apesar de ser uma grande ferramenta de automação, não é apenas de Inteligência Artificial que se moldam estratégias digitais concretas dentro de organizações e empresas.

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A verdadeira incorporação da transformação digital é desafiadora pois requer conhecimento técnico e grande investimento em diversos serviços e tecnologias digitais.

A seguir, listarei alguns dos principais que têm apresentado evolução significativa no Brasil.

Inteligência Artificial

Em uma publicação mais voltada ao uso da Inteligência Artificial e seu desenvolvimento no âmbito nacional de países da América Latina, é possível testemunhar dados que fortalecem a existência concreta de uma estratégia digital e formulação de plano de dados abertos em diversos países.

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Enquanto que no Brasil as mesmas se encontram em processo de formulação conforme figura abaixo, ficando atrás de países como Colômbia e Uruguai.

No segmento, um dos dados de investimento em AI mais consideráveis para este ano foi publicado pela consultoria de tecnologia IDC, que realizou uma pesquisa e apontou uma estimativa de que as empresas brasileiras devem investir U$ 504 milhões (cerca de R$ 2,61 bilhões) em inteligência artificial em 2022, um aumento de 28% em relação ao ano interior.

Serviços de Comunicação

Segundo a publicação “OECD Telecommunication and Broadcasting Review 2020”  (em tradução livre, Revisão de Telecomunicações e Radiodifusão da OCDE do Brasil 2020), entre os progressos feitos no Brasil nos últimos anos, as assinaturas de serviços de comunicação aumentaram constantemente, graças a mais do que o triplo de assinaturas móveis de 2012 a 2019 e planos de voz e dados móveis relativamente acessíveis.

A parcela de domicílios com acesso à Internet subiu para 67% em 2018, de 40% em 2013, e a parcela de adultos usando a Internet para 72%, de 50%. Novas leis fortaleceram a segurança digital e a proteção de dados pessoais e de consumidores. 

Além disso, segundo o estudo, o Brasil criou uma estrutura institucional exemplar para a governança da Internet – o Internet Steering Committee – e tomou medidas para fortalecer a independência do regulador de comunicação e promover a concorrência nos mercados móveis.

Tecnologia da Informação

Como palestrante e pesquisador que trabalha com empresas nacionais e internacionais estou plenamente ciente do impacto que a digitalização está causando em cada uma destas indústrias, especialmente após o Covid -19.

Uma pesquisa recente sobre Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas,  divulgada este ano  pelo Centro de Tecnologia da Informação Aplicada (FGVCia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), revela que o avanço do investimento das empresas em tecnologias da informação (TI) no Brasil foi notório em 2021. 

De acordo com o levantamento, essa antecipação do processo de Transformação Digital foi o equivalente ao esperado para o período de um a quatro anos. Os investimentos que as empresas do país fazem no setor de TI, já representam 8,7% da receita.

Um crescimento notável em 2021 e 2022, que contribuiu para maturidade e importância de aceitação para novos modelos de negócios.

Cloud computing

Como já mencionei em um artigo publicado aqui no FinanceOne sobre a Nuvem, um dos benefícios da adesão da nuvem (ou Cloud em inglês) por parte das empresas é que este tipo de serviço ajuda a reduzir seus custos operacionais, executar sua infraestrutura com mais eficiência e dimensionar à medida que suas necessidades de negócios mudam. 

Recentemente estive em Nova Iorque para mediar um painel em um evento de tecnologia chamado Nexus 2022, e pude sentir o grande foco que empresas nos Estados Unidos estão dando para este tema tão importante.

Os EUA de longe são os líderes na adoção de Cloud, com investimentos superiores a 200 bilhões de dólares, seis vezes mais que o valor investido pela China. Isso nem se compara aos investimentos dos maiores países na Europa, como Reino Unido e Alemanha.

Quando o assunto é Brasil, o relatório “ISG Provider Lens™ Next-Gen Private/Hybrid Cloud – Data Center Services and Solutions 2022”, publicado pelo ISG (Information Services Group), – empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia, – mostra que as empresas do país estão engajadas com a resiliência e agilidade de suas operações de TI (Tecnologia da Informação), o que repercute em um avanço célere em todos os tipos de serviços de nuvem privada e híbrida.

Outros dados significados, estes fornecido pela  IDC Predictions Brazil, estima que os gastos com infraestrutura como serviço (IaaS) na nuvem pública alcançarão US$ 1,9 bilhão em 2022, um crescimento acima de 36% em relação ao ano anterior.

Dentro deste cenário, a nuvem privada mantém um ritmo de crescimento mais discreto, avançando cerca de 7,9% em relação a 2021 e atingindo gastos da ordem de US$ 540 milhões no Brasil. 

IoT

A Internet das Coisas (IoT), em particular, tem um potencial significativo para inovações de processos e ganhos de eficiência, isto porque este tipo de tecnologia melhora a eficiência operacional, a produtividade e agilidade por meio de grande coleta de dados.

Este feature se mostra ainda mais proeminente quando sabemos que, pelo menos, 57% das empresas brasileiras estão em processo de implementação de Internet das Coisas, como revelado pelo IoT Snapshot 2022, elaborado pela Logicalis, empresa de serviços de TIC.

Além disso, em 2022, a IDC projetou esse mercado em US$ 1,6 bilhão, composto por soluções e serviços relacionados a IoT no Brasil. O que representa um crescimento de 17,6% em relação ao ano anterior. Bom demais, certo?

O que esses dados crescentes nos mostram?

As tecnologias digitais têm o potencial de aumentar a produtividade das empresas brasileiras em todos os setores econômicos, transformando indústrias e elevando a curva de crescimento da transformação digital no Brasil.

A verdade é que, as empresas que forem capazes de seguir com uma consistência nas práticas de adoção e gestão digital em seus negócios, ficarão, cada vez mais, distantes de pequenas e médias empresas, se tornando difíceis de serem superadas em seu avanço exponencial.

Conheça Andrea Iorio, colunista do FinanceOne

Escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança, Andrea Iorio é novo colunista do FinanceOne. Os textos são publicados mensalmente. Fique atento!

Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional. Italiano radicado no Brasil, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por cinco anos e Chief Digital Officer na L’Oréal.

Confira outro texto de Andrea Iorio:

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Andrea Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional e escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança. Italiano radicado no Brasil e economista de formação, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por 5 anos e Chief Digital Officer na L’Oréal. Hoje também é professor de MBA na Fundação Dom Cabral, e compartilha reflexões e provocações sobre negócios na interseção de tecnologia, filosofia e neurociência de forma única com seus mais de 60 mil seguidores no LinkedIn, no seu podcast Metanoia Lab e em suas mais de 100 palestras por ano. Sua primeira obra “6 competências para surfar na transformação digital” se tornou um best-seller e conquistou o topo na lista dos mais vendidos na Amazon na área de gestão de pessoas.

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