Independente do setor de negócios em que você atua, a realidade atual é que seus colaboradores e clientes já estão pensando – e agindo – em um mundo digital, mais especificamente, no metaverso.
A, cada vez maior, democratização do acesso a um mundo de realidade aumentada vem criando novas oportunidades financeiras que podem chegar a valer trilhões e trilhões de dólares em pouco tempo.
Imagine quantas possibilidades podem existir em um ambiente virtual onde empresas e pessoas já estão investindo até mesmo no setor imobiliário com a compra e venda de terrenos virtuais.
A título de exemplo mais recente, uma pessoa comprou um terreno no Snoopverse – um rapper do mundo virtual que Snoop Dogg está desenvolvendo dentro do The Sandbox – por US$450.000.
Tais transações no mundo virtual geralmente são feitas usando criptomoeda. Além delas, os tokens não fungíveis (NFTs em inglês) são o principal método para monetizar e trocar valores dentro do metaverso.
Claro, que, se as pessoas estão atuando financeiramente dentro do metaverso, os bancos e fintechs não vão querer ficar para trás.
E não estão mesmo: o primeiro banco tradicional a entrar no metaverso foi o gigante norte-americano JP Morgan, que assumiu um grande terreno em Decentraland no início deste ano.
Desde então, o Kookmin Bank da Coréia do Sul abriu suas opções de atendimento ao cliente, oferecendo consultas individuais no metaverso e em seguida, o HSBC abriu uma filial na região Sandbox do metaverso, enquanto a fintech de pagamentos com sede no Reino Unido, Sokin, anunciou recentemente sua incursão iminente na plataforma de realidade aumentada.
Bancos no metaverso e a nova relação com o consumidor
De acordo com o “O guia definitivo para operações bancárias no metaverso“, publicado pela Accenture, “os bancos estão entre as marcas mais bem posicionadas para responder à crescente demanda por moeda e identidade digitalmente nativas no metaverso”.
Este dado é muito significativo, pois, mesmo que a confiança dos clientes em bancos tenha testemunhado uma queda nos últimos anos em relação às Fintechs e bancos digitais, os bancos convencionais ainda representam 72% do mercado de serviços bancários e pagamentos.
Isso significa que se os consumidores confiam seus dados a seus bancos, a probabilidade de eles engajarem em transações financeiras em um mundo ainda “desconhecido” com o aval de sua instituição financeira é muito grande.
Isso implica em uma largada vantajosa para os bancos na corrida pelo espaço financeiro dentro do metaverso, pois envolve o uso de dados pré-aprovados, esses mesmos dados irão fornecer serviços digitais mais personalizados e assertivos para seus clientes. Sim, a Transformação Digital no Setor Financeiro nunca fez tanto sentido como está fazendo agora.
Bem como a crescente dos investimentos em produtos digitais intangíveis, os clientes também vão querer que os diversos produtos adquiridos no metaverso se materializem no mundo real em forma de aquisição física.
Hábitos de consumo no mundo digital que vão ao encontro da predição da consultoria Gartner, que diz que “até 2026, 25% das pessoas vão passar pelo menos uma hora do seu dia no metaverso seja para fins de trabalho, compras, educação, interação social ou entretenimento”.
A entrada das instituições financeiras no metaverso pode ir além de uma grande aposta econômica. Tal movimentação pode representar uma nova chance na relação de bancos x clientes e funcionários em uma era na qual o setor bancário se tornou comoditizado e perdeu seu lado mais humanizado.
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Escritor best-seller sobre transformação digital, inovação e liderança, Andrea Iorio é novo colunista do FinanceOne. Os textos são publicados mensalmente. Fique atento!
Iorio é economista formado na Universitá Bocconi na Itália, com Mestrado em Relações Internacionais pela Johns Hopkins University, palestrante profissional. Italiano radicado no Brasil, ele foi Diretor do Tinder na América Latina por cinco anos e Chief Digital Officer na L’Oréal.
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