Muitos brasileiros não têm acesso a educação financeira, o que faz com que não saibam como administrar o dinheiro e, consequentemente, acabam se endividando. Mas a boa notícia é que o programa Aprender Valor, do Banco Central, poderá ser expandido para todo o país.
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Com isso, qualquer instituição da rede pública do ensino fundamental pode aderir ao projeto de educação financeira nas escolas. Mas é importante ressaltar que o programa está sendo implementado aos poucos, já que ele é de caráter experimental em todas as regiões do país.
E de acordo com o Banco Central, a iniciativa já estava sendo desenvolvida, de maneira experimental, nos estados do Ceará, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Pará.
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“Com esse passo muito esperado, abrimos a real possibilidade de atingir 22 milhões de estudantes do ensino fundamental de escolas públicas em todo o país”, afirma o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, do Banco Central, Mauricio Moura.
Além disso, o objetivo do Aprender Valor é incentivar o desenvolvimento de competências financeiras por parte dos estudantes. Dessa forma eles vão conseguir desenvolver uma relação consciente, responsável e autônoma dos recursos financeiros desde a infância.
A ideia é preparar o aluno para lidar melhor com o dinheiro no dia a dia, antes mesmo de entrar no mercado de trabalho. E o tema de educação financeira será abordado de forma integrada às disciplinas obrigatórias da grade curricular, como Matemática, Língua Portuguesa e Ciências Humanas.
Mas é claro que existem muitos desafios para incluir a educação financeira nas escolas de todo o país. Por isso, esse é um processo demorado.
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Quais serão os desafios enfrentados pelas escolas?
Embora seja extremamente necessário e importante para o futuro dos alunos, a educação financeira no Brasil ainda enfrentará muitos desafios. Entre eles, podemos citar a desigualdade e a formação dos professores.
Afinal, o país não é um território 100% igualitário nas condições financeiras entre as famílias, bem como na realidade que cada uma encontra. Por isso, ensinar sobre este assunto nas escolas é um ponto delicado para não ferir o aspecto emocional dos alunos.
A formação dos docentes também será um ponto desafiador. Isso porque eles não estão acostumados com essa disciplina no cronograma curricular e precisarão se especializar. E sabemos que a capacitação no Brasil não ocorre de forma fácil, rápida e prática.
Mas, esses desafios não devem ser um fator desanimador para que a educação financeira comece a ser implantada. Eles poderão ser combatidos a curto, médio e longo prazo, visando um projeto de sucesso dentro das escolas.
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Educação financeira foi incluída na BNCC
Se você acha que o assunto de educação financeira nas escolas é novidade, saiba que está enganado. Esse já é um tema antigo que vem sendo discutido há anos.
Em 2020, por exemplo, o Ministério da Educação (MEC) tornou obrigatório o ensino de educação financeira nas redes de ensino. Para realizar a implementação, as instituições devem atender às novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Mas diferentemente do que muitos pensam, essa decisão não transforma a educação financeira em um componente curricular, mas sim em um dos temas a serem desenvolvidos dentro da disciplina de Matemática.
E pelas diretrizes da BNCC, o ensino fundamental deve oferecer o estudo de conceitos básicos de economia e finanças. Os temas como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras, rentabilidade, investimentos e impostos também devem ser incluídos.
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Enquanto os alunos do ensino médio devem aprender sobre os temas mais complexos, como o sistema monetário nacional e mundial. Já nas escolas de tempo integral, a educação financeira também está disponível no componente “eletivas”. Ou seja, ofertada dentro de uma disciplina optativa.
Apesar de na teoria tudo ser muito simples, na prática não é isso que acontece. Principalmente porque não são todas as escolas do Brasil que possuem os recursos necessários para oferecer esse ensino.
Educação financeira: a importância dos pais neste processo
Engana-se quem pensa que a educação financeira será composta apenas pela relação aluno-escola e aluno-professor. Ela precisará ter uma grande influência dos responsáveis neste processo.
Afinal, será fora dos muros da escola que as crianças, adolescentes e jovens começarão a praticar a educação financeira. E isso começará dentro de casa, com conceitos e atitudes que devem ser ensinadas no lar.
Além de ensinadas, é de suma importância que os pais também entrem nessa, praticando e dando exemplo. Isso porque é muito mais fácil ensinar na prática.
Dessa forma, se você tem um filho e ele começar a receber orientação sobre educação financeira nas escolas, não o critique, desanime ou o assuste com qualquer realidade. Pelo contrário, incentive da melhor forma que puder.
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