
As gigantes Coinbase e Google anunciaram, nesta semana, uma das maiores parcerias já feitas no universo cripto. A Coinbase hoje é a maior corretora de criptoativos do mundo, utilizada por milhares de usuários em todo o mundo, e também é uma das poucas empresas de cripto listadas na bolsa de valores.
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A Google dispensa apresentações, porém é bom lembrar que a empresa oferece produtos e serviços que vão muito além da ferramenta de busca.
Quais os termos do acordo?
De parte da Coinbase, a corretora combinou com a Google de utilizar infraestrutura de nuvem “Google Cloud Services” para realizar suas operações. Até o acordo, a Coinbase utilizava principalmente os serviços de nuvem da “Amazon Web Services”.
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Já na parte da Google, a empresa afirmou que confiaria na Coinbase para começar a permitir que alguns usuários paguem por serviços de nuvem, no “Google Cloud Services” utilizando criptomoedas a partir do início de 2023.
Com a notícia, as ações da Coinbase deram um salto para cima, afinal não é toda empresa que tem a confiança da Google, principalmente se tratando de pagamentos. Apesar de estarem caindo mais de 70% no ano, as ações da Coinbase (COIN) subiram 8,4% no dia do anúncio do acordo.
Ainda mais inovação no mercado de cloud services
Em um setor competitivo e em rápida expansão, onde os principais concorrentes do Google não permitem que os clientes paguem com moedas digitais, o acordo, revelado na conferência Cloud Next do Google, pode ser extremamente bem-sucedido no longo prazo em trazer empresas de ponta para a Google.
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Por estar crescendo mais rapidamente que a Alphabet, área da ferramenta de pesquisa do Google, o negócio de nuvem, que ajuda a diversificar as fontes de renda da gigante, além da publicidade, atualmente responde por 9% das vendas, contra menos de 6% há três anos.
De acordo com Jim Migdal, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Coinbase, que hoje depende fortemente de transações de varejo para a maior parte de sua receita, os aplicativos relacionados a dados serão movidos da nuvem Amazon Web Services, líder de mercado, para o Google Cloud Services.
Amit Zavery, vice-presidente e gerente geral e chefe de plataforma do Google Cloud, disse que o serviço de infraestrutura do Google Cloud Platform aceitará inicialmente pagamentos em criptomoeda de um pequeno número de clientes no mundo Web3 que desejam pagar com criptomoeda.
Avanço e evolução da Web 3.0
Isso é possível pela integração com o serviço Coinbase Commerce. A Web 3.0 é a web com serviços online descentralizados e distribuídos que não estão sob o controle de grandes empresas de internet como Facebook ou Google.
A Google eventualmente permitirá que muito mais usuários comprem com criptomoedas, como Bitcoin, Bitcoin Cash, Dogecoin, Ethereum e Litecoin.
A empresa também está estudando o uso do Coinbase Prime, um serviço que mantém com segurança a criptomoeda das empresas e permite que elas realizem negócios. A Google pensa em se envolver no gerenciamento de ativos digitais.
Grandes empresas se envolvendo com ativos digitais
Várias empresas introduziram moedas digitais em seus balanços, incluindo a Square, Coinbase, MicroStrategy e Tesla. Em agosto, a Coinbase divulgou uma taxa de deterioração de US$ 377 milhões relacionada a uma queda no valor de suas participações em criptomoedas, mostrando que este é um mercado de risco.
Para a divisão de nuvem da Google, tecnologias blockchain como tokens não fungíveis (NFTs) ganharam mais atenção.
Thomas Kurian, chefe da divisão de nuvem da Google que já defendeu a expansão em setores importantes, anunciou a criação de equipes este ano com o objetivo de promover a tecnologia blockchain e criar ferramentas que possam ser usadas por desenvolvedores externos para executar aplicativos blockchain.
O que você achou dessa parceria? Quem ganha mais: a Google ou a Coinbase?
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas e investimentos. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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