Brasil vive inflação, deflação e reduflação: como tudo isso afeta sua vida?

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filheira de moedas com carrinho de supermercado
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Na última semana, tivemos o primeiro dado de deflação no Brasil em quase 44 anos. Uma grande geração de brasileiros jamais havia visto o preço dos bens e serviços ceder.

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A deflação acontece quando o índice IPCA demonstra baixa, ou seja, os preços ao consumidor de um mês para o outro caem.

Muitos países são acostumados com a deflação. Antes da crise causada pela pandemia de 2020, alguns países desenvolvidos viveram épocas de longa duração de deflação. Para se ter uma ideia, o investimento em renda fixa, tão amado pelos brasileiros, não existia nestes países.

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Deixar dinheiro no banco custava caro para os cidadãos desses países. Além de arcar com as taxas de serviços bancários, o banco poderia descontar a deflação do dinheiro do correntista, parece loucura, mas isso acontecia.

Esta dinâmica normalmente leva as pessoas a investirem seu capital em renda variável, pois esta é uma das alternativas para verem seus patrimônios crescerem ou se protegerem da deflação.

O que vem causando a deflação no Brasil? Até quando isso dura?

A deflação no Brasil vem sendo causada pela diminuição no preço dos combustíveis. Se ele cai, o preço do tomate, por exemplo, também cai, pois toda a cadeia logística para a produção e envio deste tomate do produtor ao supermercado envolve a utilização de combustível.

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Cai o valor do combustível, cai o valor praticamente de tudo.

A previsão de quanto esta situação deve durar é bastante difícil de ser feita. Em ano de eleição, tudo pode acontecer.

Mas o que sabemos é que olhando o histórico, em 44 anos, tivemos infinitas vezes mais meses de inflação ao invés de deflação, então a minha sugestão é: não se acostume com a deflação.

E a inflação, vai continuar comendo o valor do nosso dinheiro?

Infelizmente a resposta é sim. A tendência é de que o real venha a se desvalorizar com o tempo, assim como o dólar e o euro.

A grande diferença é que há maior demanda por euro e dólar, portanto essas moedas tendem a perder valor mais devagar que a moeda de países emergentes como o Brasil.

É bom reforçar que escolhas erradas de líderes podem causar um estrago ainda maior nas moedas. A Venezuela, por exemplo, viu o poder da sua moeda literalmente virar pó.

Também há o Zimbábue e nossos hermanos argentinos que vem passando por tempos difíceis há algumas décadas e piorando ao longo do tempo.

Quem não se lembra de ir ao supermercado com R$50 e sair com a sacola cheia. Pois é, isso ficou no passado e não devemos mais ver os tempos em que R$50 faziam a compra a semana. Para não deixar a inflação assustar o consumidor, as marcas se apoiam na reduflação, fazendo o consumidor pensar que seu poder de compra não foi afetado.

A reduflação e o “jeitinho” das marcas para te fazer continuar consumindo

Quem passou a infância nos anos 90, se lembra dos potes de sorvete de 2 litros, das caixas de bombom com chocolates que duravam um mês e até do Kinder Ovo que vinha numa caixinha com três ovos sem custar o preço de um Celta.

Além dos itens não essenciais como chocolates e sorvetes, a reduflação também pode ser vista nos produtos de limpeza e até em produtos de higiene básica como o papel higiênico e a pasta de dente.

A reduflação é simples de se explicar, mas difícil de se perceber. Um pote de sorvete que antes continha 2 litros por exemplo, passa a conter 1.5 litro, porém o preço se mantém o mesmo para ambas as quantidades.

Como o consumidor está acostumado com a embalagem e o preço a ser pago, esta diminuição do produto acaba passando despercebida na maioria das vezes.

É uma forma das marcas enganarem seus consumidores, fazendo com que o consumidor leve menos, pagando o mesmo valor. O resultado disso é que as marcas conseguem manter suas margens de lucro, porém no fim das contas o consumidor sai perdendo.

Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne

Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas e investimentos. Fique de olho!

Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.

Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.

É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

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