Por que os títulos pré e pós-fixados do Tesouro Direto não param de cair?

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As altas da taxa Selic ditaram o ritmo dos investimentos no Brasil em 2022. Enquanto nos anos de 2020 e 2021 a taxa teve quedas expressivas, o ano corrente vem trazendo alta atrás de alta, e a princípio seguirá aumentando nas próximas reuniões do Copom em 2022.

A taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros do Brasil, em linguagem simples, ela é a taxa que define o valor do dinheiro. Assim os bancos e instituições financeiras conseguem medir o valor a ser cobrado em empréstimos e financiamentos.

A taxa é aumentada, reduzida ou mantida nas reuniões do Copom, que acontecem a cada 45 dias. Conhecido por Copom, o Comitê de Política Monetária, tem como uma de suas principais funções a definição da Selic.

A decisão do Copom é baseada em múltiplos fatores e situações, por isso a periocidade de 45 dias. A decisão sobre a taxa de juros tem influência direta em todo o mercado de investimentos, além de impactar no valor da moeda e no preço de mercadorias e serviços.

O que vem levando o Copom a aumentar os juros?

O fator principal para o atual aumento da taxa de juros é o controle da inflação. O raciocínio é simples, se é mais difícil ou mais caro financiar ou pegar dinheiro emprestado, o dinheiro tende a circular menos, o que acaba por diminuir o consumo.

Com a diminuição do consumo, os comerciantes e prestadores de serviços começam a baixar os preços para atrair novamente os consumidores e assim, na teoria, os preços caem e a inflação cede.

O último aumento foi no início do mês de agosto, para 13,75%, e na ata da reunião, o Copom deixou a mensagem de que muito provavelmente novas altas virão como resultado das próximas reuniões.

Qual o motivo da queda nas taxas do Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma das modalidades de investimento em renda fixa mais utilizadas no Brasil. Existe basicamente três tipos de investimento no Tesouro:

1 – Tesouro Selic: Renda fixa atrelada à taxa Selic atual.

2 – Tesouro Prefixado: Renda fixa atrelada à uma taxa semelhante à Selic, porém com variações diárias e marcação a mercado.

3 – Tesouro IPCA+: Renda fixa atrelada ao índice oficial da inflação, mais uma taxa adicional. Também está sujeito à marcação a mercado caso vendido antes do vencimento.

Vale lembrar, o conhecimento da marcação a mercado é fundamental para o investidor. Este mecanismo altera os rendimentos ao longo do tempo, caso o investidor decida vender seu título antes da data de vencimento, pode ganhar ou perder dinheiro além do esperado.

A queda nas taxas apesar do aumento da Selic é por conta do sentimento do mercado, da expectativa futura. Os investidores acreditam que a inflação deve ceder em breve, e por isso as taxas do tesouro começam a cair.

Na renda fixa ou na renda variável, o sentimento do mercado é o que norteia as taxas, o preço das ações, o valor de uma moeda, e até se um país receberá investimentos ou não. Os fundamentos são muito importantes no longo prazo, porém no curto prazo o sentimento é o que move o dinheiro dos investidores.

O que vem pela frente com a Selic e o Tesouro?

Com a Selic, podemos dizer que a partir da sinalização do Copom, a Selic pode subir para 14%, ou até 14,5% até o final do ano.

Já para as taxas do Tesouro, muito difícil prever, pois depende de diversos dados que podem aparecer de um dia para o outro. Porém, se a inflação continuar a ceder e os dados vierem positivos nos próximos meses, as taxas devem cair com mais força, na expectativa da queda futura da Selic.

Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne

Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!

Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.

Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.

É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

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