Com as novas regras do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, divulgadas no último dia 24 pelo Governo Federal, a rentabilidade do FGTS será maior. Isso será possível porque o lucro do FGTS será dividido de forma integral entre os contribuintes.
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Entre 2015 e 2018, o repasse era somente de 50% da rentabilidade. Com a nova regra, a rentabilidade do FGTS deverá subir.
Vale ressaltar que atualmente a rentabilidade é de 3% ao ano mais a Taxa Referencial, que está zerada.
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Com essa mudança, os trabalhadores em vez de receberem 50% da rentabilidade do FGTS passarão a receber 100% dos resultados.
Estes serão divididos com todos os participantes. De acordo com os cálculos do economista Alexandre Cabral, professor no IBMEC São Paulo, isso pode fazer do fundo uma opção mais lucrativa.
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Com esse aumento a rentabilidade do FGTS se tornará mais alta dentre os produtos de renda fixa do mercado brasileiro, podendo superar a caderneta de poupança, os CDBs que são vendidos pelos bancos, o Tesouro Selic e até mesmo os fundos DI.
Rentabilidade do FGTS: conta é baseada na Taxa Selic
Os cálculos de Alexandre Cabral levam em consideração a manutenção da meta da Selic, ou seja, a taxa básica de juros da economia. Ela está em 6,5% ao ano desde março do ano passado.
Com o atual cenário, a rentabilidade líquida do FGTS, com divisão total dos lucros, deve ficar em 6,20%, considerando um aporte de R$500 por 360 dias. Dessa forma, após um ano o saldo chegaria a R$531, com um ganho de R$31.
É importante frisar que os dados do economista apontam na mesma direção do divulgado pelo Ministério da Economia. A previsão do Governo Federal também é de que a rentabilidade do FGTS chegue a 6,20%.
Ainda de acordo com a pasta, em 2018, o ganho do trabalhador teria sido de 7% com a regra atual. O que seria acima dos 5,6% que de fato ocorreram.
Depois do FGTS, melhor investimento seria o CDB
Com as projeções do economista, depois das novas regras de rentabilidade do FGTS, o melhor investimento depois do Fundo de Garantia seria o Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Nele, a rentabilidade é de 104% do CDI, geralmente pago pelos bancos de médio porte.
O ganho do CDB é de R$27,49 com uma rentabilidade líquida de 5,5%. Apesar da diferença entre o FGTS e o CDB ser pouca, os que optam pela poupança podem ter ganho de apenas 4,84% no final do ano.
O que mostra que esse investimento tem a pior rentabilidade do mercado.
Alexandre Cabral ainda faz uma ressalva importante de que os cálculos consideram o cenário atual. “Lucro passado pode não ser lucro futuro. Não há uma promessa de que todas essas taxas vão continuar valendo amanhã.”
Mas é provável que o FGTS continue sendo a melhor opção de investimento nos próximos meses, caso as expectativas da Taxa Selic e CDI se confirmem.
O boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central no início de julho, previu que a Selic no fim do ano deve estar em 5,5%.
Enquanto o CDI, nos próximos meses, deve chegar a 5,43%, de acordo com o mercado.
Com este cenário de queda dos índices, a projeção do economista é de que o CDB recuaria para um rendimento líquido de 4,66% ao ano. Já a poupança deve cair para 3,87% ao ano.
Outras regras do benefício além da rentabilidade do FGTS
Se você ainda está com dúvidas sobre as novas regras do FGTS, fique calmo. As mudanças foram muitas.
Entre elas estão o saque imediato de uma parcela do fundo e a criação de uma nova regra. Esta permitirá que o trabalhador tenha acesso a uma parcela do dinheiro anualmente.
Ainda este ano, os trabalhadores poderão sacar até R$500 do fundo por contas ativas e inativas, a partir de setembro.
Vale ressaltar que caso o cotista tenha mais de uma conta, poderá sacar até R$500 de cada uma delas.
Mas caso não queira retirar os recursos, será necessário comunicar a Caixa Econômica para que os valores não sacados voltem para a sua conta vinculada ao FGTS.
Para aqueles que têm o Cartão Cidadão, o saque pode ser feito no caixa eletrônico. Para saques inferiores a R$100, a transação poderá ser realizada em casas lotéricas.
Mas será necessário levar a carteira de identidade e o número do CPF.