O que fazer com seus investimentos na reta final das eleições? As expectativas e incertezas sobre o futuro do país interferem diretamente no cenário financeiro. Além de gerar desfechos imensuráveis para o mercado.
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As mudanças econômicas, políticas e jurídicas dependem do candidato que irá ganhar. Portanto, conhecer os investimentos mais afetados durante essa época auxilia na hora de tomar uma decisão.
É importante, desta maneira, ter a ciência de que os mais frágeis para serem operados neste período são as ações e câmbio (dólar). Neste período, portanto, é comum ver a bolsa e o dólar despencarem ou dispararem, de acordo com o índice de aprovação de determinados candidatos.
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Professores da FGV alertam para a influência política do mercado nas eleições
“O mercado tem poder para influenciar o desempenho da economia e, por isso, atua sobre governos e eleições.” É o que diz a professora da FGV, Daniela Campello, que é autora do livro The Politics of Market Discipline in Latin Americ.
A especialista lembra que no Brasil, a influência do mercado varia, em grande parte, de acordo com fatores internacionais. Que, segundo ela, estão fora do controle do governo, mas afetam a oferta e a demanda por dólares no país. Fato que interfere diretamente em seus investimentos na reta final das eleições.
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O professor Fabio Gallo, também da FGV, reforça essa tese. Ele afirma que a alta do dólar nos últimos meses foi um resultado do ataque especulativo do mercado.
Gallo diz que o mercado age diretamente contra a perspectiva de vitória de candidatos pouco alinhados com a agenda de reformas. Sendo assim, segundo ele, alimentam toda essa discussão para ganhar com a ação especulativa.
Como fugir da volatilidade dos investimentos na reta final das eleições?
Aqueles que não suportam volatilidade devem buscar, por exemplo, investimentos em renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Tesouro Selic.
Os títulos de Renda Fixa funcionam como uma espécie de empréstimo que você concede a uma instituição em troca de juros. Dependendo do tipo de papel, o investidor estará emprestando dinheiro aos bancos, às financeiras ou até mesmo às empresas. Em troca, recebe uma rentabilidade geralmente acima da poupança.
Conheça 5 tipos de aplicações em Renda Fixa:
1 – CDB (Certificado de Depósito Bancário);
2 – LC (Letra de Câmbio);
3 – LCI (Letra de Crédito Imobiliário);
4 – LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
5 – Fundos DI.
Diversifique seus investimentos
Na atual conjuntura econômica, diversificar investimentos na reta final das eleições é o ideal. Assim, você minimiza o peso de qualquer resultado eleitoral sobre o desempenho geral de todos os seus investimentos. Isso vale para renda fixa ou variável.
No entanto, diversificar apenas por diversificar não é uma aposta inteligente. Ao diversificar seus investimentos, você precisa traçar uma estratégia integrada, de acordo com o seu planejamento financeiro pessoal.
Isso inclui considerar, também, a alocação de ativos conforme as variações das taxas de juros atreladas aos diferentes tipos de investimentos. Comece definindo o percentual a ser investido em cada categoria de ativos.
Depois, defina quais ativos vão ser incluídos nas categorias que você escolheu. Além disso, estabeleça o capital que você vai alocar em cada um dos ativos.
Após investir, utilize os aportes mensais para equilibrar a carteira. Monitore a carteira ao longo de um período preestabelecido, para repensar a estratégia sempre que necessário.
E 2019?
Cuidar dos investimentos na reta final das eleições é importante, porém o que vem por aí em 2019? Independente de quem vencer, o grande desafio do novo presidente a partir de 2019 é retomar o crescimento econômico do Brasil.
Analistas consideram o rombo nas contas públicas o principal problema da economia atualmente. Entre os pontos fracos também aparecem o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e as altas taxas de desemprego.
Porém, existem pontos fortes, que dão fôlego ao cenário econômico. Entre esses pontos, segundo analistas, aparecem números positivos no setor externo, alavancados pelo bom desempenho da balança comercial. Além disso, há as reservas internacionais elevadas, que garantem proteção para a nossa economia.
Ainda podem ser citados como pontos fortes a manutenção da taxa de básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano (patamar histórico) e a inflação contida.
O contexto internacional indica expansão econômica global acima de 3%, puxada pelo crescimento da China, Índia e EUA. A ameaça a esse crescimento global surge como reflexo dos conflitos comerciais provocados pelo presidente americano Donald Trump contra a China e os países europeus.