Entre as diversas críticas direcionadas ao Bitcoin, se destaca a de que as transações são muito lentas e custosas para usuários, principalmente àqueles que gostariam de transferir valores pouco significativos, pois as taxas podem custar mais do que o valor transacionado.
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Alguns entusiastas do Bitcoin dizem que o fato das transações no blockchain do Bitcoin serem lentas, serve como fator positivo para o blockchain. Já que demonstra a segurança e a garantia das transações peer-to-peer, que é principio fundamental deste cripto ativo, a descentralização.
Alguns países com moedas hiperinflacionadas estão começando a testar o Bitcoin como moeda local. El Salvador, por exemplo, adotou o Bitcoin como moeda de curso oficial.
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Mas não só países com moedas instáveis possuem essas tentativas, pois mais recentemente uma das cidades mais ricas da Suíça, Lugano, também anunciou a adoção do Bitcoin como moeda legal.
O grande problema é que as transações no blockchain do Bitcoin são demoradas, impossibilitando que o Bitcoin seja utilizado como um meio de pagamento cotidiano como cartões de crédito ou cédulas de dinheiro.
Qual a solução da lightning?
A rede lightning é uma solução criada sobre uma camada do blockchain do Bitcoin, conhecida como layer 2 ou camada 2. Nela, as transações em Bitcoin podem ser realizadas de forma instantânea, com diversas verificações de segurança, e depois podem ser transferidas para o layer 1 ou camada 1 do blockchain, em forma de lote, com o fim de acelerar o processo transacional.
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Funciona como uma comanda de bar, assim como no bar o garçom anota o número de bebidas que são pedidas e ao final da noite o cliente paga todas de uma vez, a lightning anota todas as transações de forma segura e verificada e quando possui um lote grande de transações, passa para o blockchain do Bitcoin.
A lightning é a solução mais utilizada até o momento para transações rápidas e de baixo custo de Bitcoin. Também já é extremamente popular na Argentina e em El Salvador, e nos próximos meses deve integrar grandes aplicativos de investimento como o polêmico e revolucionário Robinhood.
Um outro exemplo: se você tem uma dívida com um amigo, mas existe um outro amigo que lhe deve a mesma quantia que você deve para o primeiro amigo, a transação pode ocorrer diretamente entre eles, sem a necessidade de passar por você.
É como se fosse um PIX, porém ao invés de ser em reais, é transacionado em Bitcoin.
Mas quão rápida é a rede?
Enquanto o layer 1 do Bitcoin comporta aproximadamente 350.000 transações por dia, a lightning pode comportar aproximadamente 350 milhões de transações, isso em segundos, sem limite de valor e basicamente sem custo.
A lightning é uma das diversas soluções para a escalabilidade do Bitcoin, pode ser que seja a principal, veremos isso com o tempo.
Mas o importante é que o blockchain do Bitcoin aceita esta criação de redes em outras camadas, pois assim o Bitcoin se mantém firme aos fundamentos na primeira camada, porém sofrerá atualizações constantes na segunda camada.
Como nem tudo é perfeito, uma grande crítica à lightning é de que o usuário necessita ter em custódia algum volume de Bitcoin para conseguir receber Bitcoins.
Na minha opinião, isso não é um problema, pois para que as transações sejam rápidas e pouco custosas, é necessário que haja liquidez no mercado e esta é uma forma de garantir liquidez.
Você já utiliza a lightning? Quais soluções ainda espera para o Bitcoin?
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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