Nem parece, mas há uma semana não havia uma guerra acontecendo. Se você está no Brasil, provavelmente passou o feriado de carnaval numa boa, ou descansando ou na folia. Na Ucrânia e na Rússia a realidade já não foi a mesma.
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Sem entrar no mérito de quem está certo ou errado, uma guerra envolve muitos custos e pode destruir não só as cidades, as famílias, e muitas histórias, mas também a economia de um país e de seus vizinhos.
Sanções econômicas impostas à Rússia
Com o objetivo de atingir um cessar-fogo, os países que não vem participando diretamente da guerra tentam impor medidas rigorosas e punitivas aos países que realizam ataques, neste caso a Rússia. Essas medidas no campo econômico podem ser desde a quebra de acordos comerciais à restrição do acesso deste país aos sistemas de pagamentos e suas reservas internacionais.
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A intenção de impor sanções como esta é de atingir o sentimento popular, que acaba sendo muito mais afetado que o governo ou líderes do país, pois o cidadão comum sente no bolso o peso dessas medidas, muitas vezes vendo as economias de uma vida inteira indo para a vala. Quando se coloca toda uma população contra o seu líder, o resultado já sabemos.
Até o momento, a medida mais rigorosa imposta aos russos foi a retirada do país do SWIFT, um sistema de transferências financeiras global, como se fosse um PIX.
Mas ao invés de transferir dinheiro entre duas contas num mesmo país, este sistema realiza transferências de dinheiro entre contas de países diferentes.
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Cidadãos encurralados
De um dia para o outro, empresas e cidadãos russos não podem mais transferir reservas financeiras para outros países, não podem mais realizar pagamentos internacionais, ficando encurralados dentro da economia de um país em guerra, num contexto de economia globalizada.
Esta medida fez os cidadãos russos correrem aos bancos para sacar dinheiro, pois a moeda local, o rublo, que já despencava em queda livre com o início da guerra, agora procura de fato o fundo do poço.
Medidas de sanções econômicas são importantes, porém atingem uma população que não necessariamente escolheu estar em guerra.
Rússia entra no bote salva-vidas
A Rússia não é o primeiro país a ver sua moeda desvalorizar de forma repentina na última década. Países como a Argentina, El Salvador, Líbano, Turquia, Venezuela e Zimbábue estão no mesmo trem, e esperamos que o Brasil nunca entre nesta lista.
A diferença entre Rússia e os países listados, é que a economia russa ia muito bem, até o seu líder decidir invadir o país vizinho contra tudo e contra todas as recomendações das organizações internacionais.
Enquanto nos outros países, foram as próprias medidas econômicas e governos locais realizando gastos públicos desnecessários que levaram as moedas locais ao colapso.
Qual a saída para os cidadãos russos?
Apesar de diferença entre a causa, problema da Rússia é muito semelhante ao dos demais países. O adicional no caso do maior país do mundo, é o bloqueio do sistema SWIFT, algo que não foi imposto a outros países com problemas econômicos.
Falar de Argentina, El Salvador, Líbano, Turquia, Venezuela e Zimbábue e não lembrar da adoção em massa do Bitcoin pela população e até em alguns casos pelo governo destes países hoje em dia é como não falar de economia deles.
Como os governos destes países tomam medidas a favor da desvalorização da moeda local e, em muitos casos, também colocam limites de compra de moeda estrangeira para a população, a população se vira para o Bitcoin.
Com a criptomoeda não há limite de compra, de custódia, não há governo por trás e a gestão do ativo é descentralizada, ou seja, está na mão de milhares se não milhões de usuários do blockchain.
O único limite imposto pelo Bitcoin é o seu limite de fornecimento, 21 milhões de moedas. O que acaba o tornando deflacionário, pois há muita demanda e uma oferta limitada.
Pois bem, resumidamente os problemas dos russos são: governo, desvalorização cambial, bloqueio no sistema global de pagamentos. O Bitcoin parece ser uma excelente saída.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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