Quem nunca sentiu medo na vida? O medo é um sentimento único, primitivo. Uma pessoa pode ter medo de algo específico como viajar de avião, filmes de terror ou até dormir no escuro. Por outro lado, o medo pode ser um medo comum, como uma grande crise econômica ou uma guerra, por exemplo.
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Existe um medo comum que ronda todos os investidores de renda variável e de criptomoedas: o medo de perder dinheiro! Mas será que podemos mensurar o medo? No mercado financeiro sim!
Como é formado o VIX
O medo no mercado financeiro é medido pelo índice VIX. Ele mede a volatilidade das ações do índice S&P 500, que consiste nas 500 maiores empresas listadas na bolsa norte-americana.
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A volatilidade assusta os investidores, pois traz um sentimento de incerteza e movimentação brusca de capital, gerando um medo geral nos investidores e por isso este índice leva o apelido de índice do medo.
Entender o VIX é muito fácil, quando há alta volatilidade no mercado, ele sobe de forma repentina e muito rápida. Um exemplo de uma ocasião em que o VIX disparou foram o os primeiros dias de lockdown devido ao início da pandemia de coronavírus.
Como nem os investidores, nem ninguém, tinha alguma ideia de qual seria o futuro da pandemia e os impactos do lockdown no lucro das empresas, muitos investidores entraram em estado de pânico e realizaram vendas neste momento, causando alta volatilidade no mercado e consequentemente um aumento repentino do VIX.
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Por outro lado, quando o cenário é mais tranquilo e o mundo está girando nos conformes, não há tensões entre países, não há um grande problema de saúde global, o índice VIX se acalma e se mantém baixo, assim como a volatilidade do mercado.
Relação entre o VIX e o Bitcoin
O Bitcoin não interfere no índice VIX, porém desde 2017, ano de grande adoção do Bitcoin, é possível traçar uma correlação entre o VIX e o valor da criptomoeda. Não é novidade que o Bitcoin é um investimento de altíssimo risco. O risco e o medo andam juntos muitas vezes, e aqui é o caso também.
Nos últimos anos foi possível ver que quando o índice VIX aumenta, o preço do Bitcoin cai, ou seja, existe uma correlação inversa do índice com o valor da criptomoeda.
Isso mostra que quando há medo no mercado, além de se desfazerem de ações de empresas, os investidores também vendem seus Bitcoins como parte de uma venda procurando a segurança da renda fixa.
Panic Selling: o medo no mercado
Esta venda em momentos de pânico e medo no mercado é conhecida como “panic selling”, quando o “efeito manada” puxa os investidores para um mesmo caminho que os outros investidores também estão indo de forma totalmente irracional e com pensamento de curto prazo.
Neste momento, investidores pacientes, com foco no longo prazo, aproveitam para comprar e encontrar barganhas nos preços de ativos que estão a venda com desconto.
O que fazer perante o aumento do índice do medo?
Duas frases célebres do bom velhinho do mercado financeiro, Warren Buffet, definem as minhas rações ao aumento do VIX.
Buffet, apesar de não gostar muito das criptomoedas, mostra que seu conhecimento no mercado de ações pode ser replicado no mercado de criptomoedas, a primeira fase diz: “Seja ganancioso quando todos estão medrosos, e seja medroso quando todos estão gananciosos.”.
A segunda frase é: “O mercado financeiro é uma ferramenta de transferência de renda das pessoas pacientes para as pessoas impacientes”.
Estas duas frases resumem bem o que eu acredito que o investidor deva fazer, ou pelo menos mentalizar. O medo é bom, nos evita problemas, porém quando o medo é resultado de uma comoção popular irracional, ele deve ser visto como oportunidade!
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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