O assunto do momento no mercado financeiro é o Twitter e, como sempre, Elon Musk. O homem mais rico do mundo não se cansa de aparecer no noticiário e está sempre engajado nos acontecimentos do mercado de cripto, foguetes, carros elétricos e agora também no mercado de redes sociais.
Depois de entrar e revolucionar os mercados de pagamento online com o Paypal, foguetes com a Space X, e carros elétricos com a Tesla, Musk agora pretende entrar de vez nas redes sociais, aparentemente não só pelo lucro, mas pela liberdade de expressão e contra a censura.
Mas será que a rede nas mãos de outro bilionário levaria de fato o Twitter rumo à liberdade de expressão?
O grande problema das redes sociais na Web 2.0
As redes sociais mais utilizadas da Web 2.0 no ocidente, Twitter, Facebook, Instagram, Tiktok e Youtube, possuem uma característica em comum à toda a Web 2.0: a centralização.
A rede ser centralizada significa que existe uma organização de capital privado por trás de sua administração e desenvolvimento e com isso as pessoas podem comprá-las ou deixar de comprá-las caso concordem ou não com as políticas de filtragem de mensagem dessas redes.
A grande questão é que há um conflito enorme de interesses entre os acionistas destas organizações, que tendem a buscar que elas faturem mais e sejam mais eficientes na geração de receita.
E os gestores estratégicos e administrativos dessas organizações que possuem cargos de liderança dentro delas, porém por vezes se preocupam mais com a politização das redes do que com os resultados financeiros delas.
Com o poder e o alcance dessas redes, além de seus algoritmos poderosíssimos, fica muito fácil controlar as informações.
Supondo que um gestor, com grandes poderes de decisão dentro dessas empresas, decida configurar o algoritmo para bloquear ideias contrárias às suas para toda a rede, esta é uma decisão que pode causar manipulação ou censura em massa e eles tem estes poderes em suas mãos, se os utilizam da forma mais correta ou ética, é difícil saber.
Como a Web 3.0 muda isso?
As redes da Web 3.0 funcionam através da tecnologia blockchain, o que descentraliza a gestão e o controle dessas possíveis redes e as torna livres de decisões individuais que possam afetar uma quantidade massiva de pessoas.
A descentralização por si só já traria a liberdade de expressão à rede. O problema neste caso é o exagero, quando a liberdade de expressão ultrapassa os limites da lei e da razoabilidade e sabemos bem como as pessoas se comportam nas redes sociais.
Ainda assim, as decisões de filtro e bloqueio de um usuário ou uma postagem possivelmente ofensiva estaria na mão de todos os usuários com pesos e medidas equivalentes no poder de decisão.
E por que ainda não temos redes sociais na Web 3.0?
Os blockchains já existentes estão se especializando em realizar movimentos de valores e dinheiro entre pessoas e poucos blockchains se especializaram em realizar transferência de vídeos, imagens e informações entre as pessoas.
Ainda é muito custoso para o usuário e para as redes abastecer o blockchain com este tipo de informação e dado.
Caso esta realidade mude, e é muito possível que a tecnologia avance nesta direção, teremos as redes sociais da Web 3.0. A pergunta que fica é se os atuais usuários das redes sociais da Web 2.0 estarão dispostos a migrar para as redes da Web 3.0.
Nas redes sociais da Web 3.0 não só as informações estarão abertas à liberdade de expressão, mas também o desenvolvimento tecnológico da rede, com menores barreiras de entrada e focara única e exclusivamente em seus usuários.
Acredito que desta forma o grande problema das redes sociais existentes seja remediado, porém ainda há muita água pra rolar até que essas redes virem realidade.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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