A rede Ethereum (ETH) vai passar por uma grande atualização em breve, provavelmente ainda em 2022. A rede criada por Vitalik Buterin procurou sempre ter o melhor dos mundos no universo cripto: segurança, descentralização e escalabilidade.
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A escalabilidade que, além de uma oportunidade, é uma medida de sucesso e de volume de uso da rede, acabou virando um grande problema. Isso porque a rede começou a congestionar por conta do alto volume de usuários e a demanda de poder computacional para o funcionamento na rede.
Qual a principal diferença entre a rede 1.0 e a rede 2.0?
Até o momento, a rede Ethereum funciona por “proof-of-work”, o que demanda muito poder computacional, gasto energético e aumenta os custos de transação, pois para que a rede exista, milhares de computadores ao redor do mundo estão realizando cálculos complexos a todo o tempo.
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Assim que a atualização for implementada, a rede passa a ser “proof-of-stake”, que não demanda tudo o que o “proof-of-work” demanda. Neste caso as pessoas que possuem ETH em custódia serão os validadores da rede, e assim a rede roda sem a necessidade de poder computacional.
ETH passa a ser deflacionário
Uma das principais questões onde o Bitcoin leva vantagem perante o Ethereum é que o Bitcoin é deflacionário, tem uma oferta limitada de moeda disponível e jamais terá uma quantidade maior.
Isso entrega fundamentos contra inflação ao Bitcoin, pois não é possível emitir um número maior de moedas, o que causaria a redução no valor de cada moeda.
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A versão 2.0 da Ethereum vai realizar diversas “queimas” de moeda, que basicamente significa uma diminuição na sua distribuição e disponibilidade. Isso ocorrerá no momento das transações, como forma de validação delas.
Taxa de transação cairá e transações serão mais rápidas
A taxa e a velocidade da transação na rede Ethereum é uma das principais causas da atualização para o 2.0. Muitos entusiastas de criptomoedas considerariam a rede Ethereum perfeita, com a exceção do seu problema de velocidade e custo de transação.
Não à toa surgiram diversas redes “Ethereum killers”, como a Cardano e a Solana, que basicamente corrigem algumas críticas à rede Ethereum, principalmente na questão do gargalo nas transações que ocorrem na rede.
Porém, a rede Ethereum chegou primeiro no universo cripto, o que ainda a mantém como a segunda rede de blockchain em valor de mercado, somente atrás do Bitcoin.
Hoje, na rede 1.0 só é possível fornecer suporte para aproximadamente 30 transações por segundo, o que pode parecer um número grande, mas perante os milhões de usuários da rede, este é um número modesto. A rede 2.0 promete processar por volta de 100 mill transações por segundo, atendendo assim à demanda atual e futura da rede.
Leia também: Como minerar Ethereum? Vale a pena? Veja passo a passo
Rede fica mais segura
A descentralização e a segurança são questões chave entre as criptomoedas. As redes têm pouquíssimo histórico de ataques, pois a descentralização as torna complexas e demanda muitos validadores para cada transação.
Além disso, uma vez validada, a transação fica registrada na rede para sempre e qualquer usuário pode ver este histórico.
Com a rede 2.0 a Ethereum vai exigir um número mínimo de 16.384 validadores, o que a torna extremamente complexa, descentralizada e por consequência ainda mais segura. Neste caso, qualquer tentativa de invasão, necessitaria a invasão de 16.384 contas.
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E como fica o valor do ETH?
A atualização da rede já é bastante esperada e precificada pelo mercado, porém caso as mudanças com a atualização tragam de fato tudo o que estão prometendo, e por consequência, mais projetos atrelados à rede e mais usuários, a tendência do valor da criptomoeda é aumentar ao longo dos anos.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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