Apenas dois em cada dez brasileiros conseguiram fazer uma reserva financeira em abril deste ano.
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É o que revela a pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Ou seja, o levantamento constatou que apenas 21% fizeram algum tipo de reserva financeira. O valor médio reservado foi de R$ 374.
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No entanto, 25% dos poupadores optaram por deixar o saldo reservado em casa, sem rendimentos. Outros 20% colocaram o dinheiro parado em conta corrente.
De acordo com o levantamento, as principais justificativas para esse comportamento estão ligadas ao perfil conservador do brasileiro:
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– 28% preferiram guardar o dinheiro em um destino com facilidade para saque;
– 28% afirmaram não ter sobras suficientes para investir em aplicações mais arrojadas;
– 20% disseram estar acostumados com as modalidades tradicionais;
– 17% relataram medo de perder dinheiro.
Ainda em relação ao mês de abril, 40% dos poupadores habituais tiveram de sacar parte dos recursos guardados.
Boa parte para cobrir despesas com imprevistos (10%), pagar contas (13%) ou saldar dívidas atrasadas (10%).
Por que ter uma reserva financeira?
As famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas. O percentual de famílias nessa situação alcançou 63,4% em maio deste ano.
A maioria relatou ter dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial e carnê de loja.
Além de dívidas oriundas do não pagamento de prestações do empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
A principal dívida dos brasileiros de todas as classes sociais é com o cartão de crédito. Ele representa 78,6% do endividamento.
Nas famílias com renda até 10 salários mínimos, esse percentual é de 79,2%. E naquelas que possuem rendimentos mensais acima de 10 salários, de 76,5%.
Aparecem em seguida:
– Carnês – 15,8%;
– Financiamento de carro – 10,5%;
– Crédito pessoal – 8,5%;
– Financiamento de imóveis – 8,5%;
– Cheque especial – 5,5%.
O tempo médio de atraso no pagamento de contas ou na quitação da dívida foi de 62,9 dias em maio de 2019.
Contudo, isso é inferior aos 64,4 dias de maio de 2018.
A importância da reserva financeira
Imprevistos e emergências acontecem. Eles vêm sem avisar e instauram o caos para quem depende única e exclusivamente do salário daquele mês.
Essa é a importância da reserva financeira. Com ela, é possível cobrir situações eventuais e ficar mais tranquilo em relação ao pagamento de todas as contas mensais.
Essa também é uma ótima forma de aumentar a qualidade de vida. Principalmente para as famílias que passam o mês inteiro preocupadas em equilibrar as contas.
E o melhor, se você manteve uma reserva financeira durante o ano inteiro e não precisou utilizá-la, nada mais justo que usar uma parte desse valor para garantir as férias em família, não é?
A reserva financeira também pode ser utilizada para o lazer da família quando acumula um valor considerável.
Como criar uma reserva financeira?
Criar uma reserva financeira é mais simples do que você pensa.
O maior desafio está na disciplina de conseguir guardar uma parte do seu dinheiro todos os meses sem cair nas tentações das compras desnecessárias.
Portanto, veja um passo a passo simples para começar a sua reserva financeira.
1 – Avalie as suas despesas mensais
É importante que você tenha conhecimento sobre todas as despesas que precisa pagar ao longo dos meses.
As principais são: aluguel, contas básicas como luz e água, escola e academia, entre outras.
Com base nessa avaliação, você pode identificar quanto dinheiro é necessário apenas para pagar esses gastos.
2 – Analise o valor restante
Após pagar todas as despesas recorrentes, quanto sobra na sua conta bancária? Esse é o valor destinado para todas as outras compras do mês.
E isso inclui roupas, jantar fora de casa, manutenção do carro e outros gastos supérfluos.
3 – Defina um valor para a sua reserva financeira
Considerando toda a situação financeira que você acabou de analisar, defina um valor mensal para a sua reserva.
O ideal é guardar, ao menos, 10% dos seus ganhos mensais. Mas lembre-se que o importante é começar a guardar dinheiro.
4 – Separe o dinheiro da sua reserva financeira
A reserva é um dinheiro que deve ser aplicado em investimentos de curto prazo. Ou seja, que possibilitem o resgate imediato em casos de emergências financeiras.
Assim, o dinheiro não fica parado, mas rendendo enquanto você não precisa dele.
Na poupança ou em outros produtos financeiros do seu banco, dificilmente o seu dinheiro terá um rendimento real proveitoso. A caderneta pode apresentar até resultados reais (com custos descontados) negativos.
Os investimentos mais utilizados são:
– CDBs;
– Fundos de Renda Fixa.
Em uma aplicação D+1, por exemplo, o resgate do dinheiro será completado em um dia útil após a sua solicitação.
Logo, se o investidor pedir o saque hoje, o dinheiro será depositado em sua conta no dia útil seguinte.
Essas aplicações rendem ao menos a taxa básica de juros, a Selic, equivalente a 100% do CDI. Isso significa que o seu rendimento oscilará conforme os movimentos da economia.
A Selic sempre renderá acima da inflação. Então, independente do ciclo financeiro, a sua reserva de emergência crescerá mantendo o seu poder de compra.