Entenda se a reforma da Previdência no mercado financeiro causa impacto

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reforma da previdência no mercado financeiro
Um dos impactos da Reforma da Previdência no mercado financeiro seria a queda nas taxas de juros
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Muito tem se falado nos últimos meses sobre as mudanças na aposentadoria dos brasileiros. Mas será que a Reforma da Previdência no mercado financeiro pode causar algum impacto?

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Para falar sobre o assunto, o FinanceOne consultou Nelson Bueno de Oliveira, mestre em Administração Financeira e docente do curso de Administração da Faculdade Anhanguera, de Jundiaí.

Primeiro, vamos entender o cenário dessa mudança no sistema previdenciário brasileiro. A Reforma da Previdência altera artigos sobre a seguridade social, estabelece regras de transição e dá outras providências.

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Com o texto promulgado em novembro de 2019 pelo Congresso Nacional, foi bem recebida pelo mercado financeiro. Isso porque o valor final da economia ficou 30% acima das expectativas dos investidores.

Com a aprovação da proposta, a economia gerada pode ser em torno dos R$900 bilhões. Além de ajudar a resolver os problemas fiscais que o país enfrenta.

reforma da previdência no mercado financeiro
Um dos impactos da Reforma da Previdência no mercado financeiro seria a queda nas taxas de juros

A Reforma da Previdência deve ajudar a restaurar a confiança do mercado na economia. Já que o Brasil vem mostrando dificuldades na retomada do crescimento.

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Diante disso, vamos entender os impactos da Reforma da Previdência no mercado financeiro.

O que impacta a Reforma da Previdência no mercado financeiro?

Em entrevista concedida em 2018, o professor Nelson Bueno de Oliveira explicou os seguintes pontos:

O Mercado – “O mercado financeiro é composto por quatro partes: o mercado monetário, mercado de capitais, mercado de crédito e mercado de câmbio. A Reforma da Previdência seria uma medida de política econômica fiscal, ou seja, um ajuste estrutural na economia brasileira que teria o objetivo de ir reduzindo, ano a ano, o déficit que o Brasil apresenta nas contas públicas.”

O Cenário – “Para se ter uma ideia, o Governo, incluindo as contas do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social, registrou um déficit primário de R$124,4 bilhões em 2017. Por sua vez, o Regime Geral de Previdência Social fechou 2017 com um déficit nominal de R$182,4 bilhões.”

Professor Nelson Bueno de Oliveira
Professor Nelson Bueno de Oliveira, da Faculdade Anhaguera

O Impacto – “Isso traria saúde e sustentabilidade para a área fiscal da economia brasileira, ou seja, corrigiria a trajetória crescentemente negativa do fato de o Governo gastar mais do que arrecada com tributos. E isso, sendo positivo para a economia brasileira, seria bom para o mercado financeiro de forma geral.”

Para o professor Nelson Bueno, especialista em Administração Financeira, o impacto não será negativo, pelo contrário.

“O Copom indica que, paralelamente ao bom comportamento da inflação abaixo da meta, com a Reforma da Previdência, a sustentabilidade das contas públicas, com projeção de trajetória adequada para o crescimento da dívida pública e sua estabilização, contribui para a formação de um cenário positivo para o Brasil, de forma abrangente”, explica.

O que a Reforma da Previdência poderá causar?

O professor explicou que a Reforma da Previdência pode significar juros mais baixos. Ele destacou a redução da Selic nos últimos dois anos, de 14,25% para os atuais 5,5%.

Nelson de Oliveira ainda identificou que com um cenário de juros mais baixos, aplicações de renda fixa rendem menos.

Segundo ele, isso não é negativo na essência, pois os “brasileiros vão aprender a conviver com taxas mais baixas”. O especialista comenta cada investimento da renda fixa:

– “Os depósitos de poupança rendem 70% da taxa Selic, sem imposto de renda”;
– “Os CDB bancários rendem um percentual da taxa Selic (CDI) dependendo do volume aplicado e do porte da instituição financeira”;
– “O Tesouro Direto continua interessante”;
– “Haverá também uma pressão para que os fundos de investimento de forma geral reduzam as taxas de administração”;
– “E haverá um incremento de aplicações que contenham mais risco em sua natureza e que indiquem, em função disso, uma perspectiva de rentabilidade superior à da renda fixa. Esse é o caso dos fundos multimercado, fundos de ações, investimento direto em ações, fundos imobiliários, debêntures, derivativos, por exemplo”.

+ Aposentadoria: novas regras após a Reforma da Previdência

Como as pessoas devem agir diante da Reforma da Previdência?

A dica número um do professor é que as pessoas busquem conhecer os produtos do mercado financeiro e seu perfil de investidor.

Ele exemplifica que para perfil conservador, CDBs, fundos de investimento com mais renda fixa na carteira e o Tesouro Direto seriam mais indicados.

Para moderados ou agressivos, ele cita fundos multimercado, fundos de ações, ações, fundos imobiliários, debêntures, derivativos. Nelson Bueno de Oliveira também alertou:

“Caso optassem por fundos de previdência privada, deveriam analisar, em particular, a sua posição junto ao imposto de renda pessoa física. No modelo completo de ajuste anual de IR, os planos PGBL são mais indicados pelo benefício fiscal que contêm. No modelo simples de ajuste anual do IR, os planos VGBL são melhores. Para o longo prazo, deve-se optar nas duas hipóteses pela tabela regressiva de tributação do plano de previdência. No curto prazo, a tabela progressiva é mais indicada.”

Por fim, o professor da Faculdade Anhaguera lembrou que os investidores que preferem segurança, já devem esperar uma rentabilidade menor.

Enquanto quem aprecia rentabilidade, está disposto a correr mais riscos.

Ele observou que os investidores devem “tomar muito cuidado com aplicações inovadoras como as moedas digitais, pelo fato de as mesmas não terem um órgão de mercado ou de governo fazendo a regulação”.

Segundo o especialista, o risco nesse caso é elevadíssimo. A CVM, inclusive, vetou recentemente que as moedas digitais façam parte das suas carteiras de ativos.

O que pode mudar com a Reforma da Previdência?

Caso você já tenha investimentos, é importante estar atento às possíveis mudanças provocadas pela Reforma da Previdência no mercado financeiro. Seja ele na previdência ou em investimento.

A tendência é que na renda fixa os investidores saiam dos ativos indexados ao CDI, já que os juros tendem a cair. Boas alternativas são os investimentos de renda variável. 

Dessa forma, o dinheiro irá render mais no cenário de recuperação e crescimento do país. Então, uma alternativa é ajustar a sua carteira de investimentos com ativos desta categoria.

Assim, aumentará a exposição em ações. Outra boa opção é o Fundo de Multimercados. Este tipo de aplicação costuma oferecer bons rendimentos e diferentes oscilações, atendendo ao que cada investidor busca.

E caso você ainda tenha dúvidas, o ideal é diversificar os investimentos no qual vai aplicar o seu dinheiro.

Dessa maneira, você sempre irá obter um bom retorno do conjunto no longo prazo. E se ainda não realizou as mudanças na carteira de investimento, ainda está em tempo de ajustá-la.

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