No último domingo, 13 de fevereiro, tivemos a final do campeonato de futebol americano, conhecido por Super Bowl. O evento é aguardado todos os anos, não só pelos apaixonados pelo esporte, mas também pelos apaixonados por comerciais.
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Os intervalos comerciais deste megaevento são aguardados, pois como o Super Bowl tem a maior audiência da televisão norte-americana, logo as grandes agências concentram toda a sua criatividade para os comerciais transmitidos durante a noite do evento.
Cripto e o Super Bowl
Neste ano, tivemos três comerciais envolvendo as criptomoedas no Super Bowl. As corretoras de criptomoedas e NFTs: Crypto.com, FTX e Coinbase, investiram pesado e colocaram suas marcas nos comerciais mais assistidos dos Estados Unidos.
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A tentativa das corretoras em promover a compra e venda de criptomoedas para um público maior acontece por conta da diferença entre conhecimento sobre cripto e envolvimento real das pessoas no mercado. Aproximadamente 86% dos norte-americanos já ouviu falar sobre cripto, mas somente 16% possui algum investimento no mercado, ou seja, a priori basta um empurrãozinho para que mais pessoas se envolvam de fato no mercado.
Como criptomoedas com frequência estão associadas com esquemas e golpes financeiros ilegais, muitas pessoas ainda têm medo deste mercado e de colocar o próprio dinheiro em uma corretora. Os comerciais no Super Bowl, realizados pelas as corretoras, passam mais segurança a futuros investidores.
O que acontece na percepção dos futuros investidores é que se uma organização tem capital para aparecer no Super Bowl, então ela provavelmente não faz parte de um esquema criminoso e não vai sumir com o dinheiro investido de um dia para outro.
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O diferencial do comercial da Coinbase
Nessa onda de converter pessoas interessadas a pessoas envolvidas, a Coinbase deu um baile nas outras corretoras com a sua propaganda. O comercial da Coinbase foi feito por um simples QR code. Isso mesmo, um QR code sendo exibido por 1 minuto na tela da TV.
Mas qual a genialidade por trás de um QR code, já que qualquer um pode fazer um QR gratuito na internet?
A genialidade foi de fazer este QR code levar o usuário à página de cadastro na Coinbase e ainda com uma oferta de 15 dólares em Bitcoin para novos usuários, ou seja, sem desculpas para não investir, pois o novo investidor não precisaria nem colocar o próprio dinheiro na plataforma.
Os números do comercial
A Coinbase investiu ao menos 14 milhões de dólares pelo espaço de um minuto no Super Bowl, mas além do espaço, teve que investir na agência de publicidade que realizou a peça e nos 15 dólares para cada novo usuário, que é impossível estimar exatamente o número.
Vamos ser bem pessimistas e colocar que 1 milhão de usuários se cadastraram, e a Coinbase tenha pagado 1 milhão de dólares para a agência publicitária, temos que o custo total foi de aproximadamente 30 milhões de dólares.
O diretor de tecnologia da corretora publicou que o site teve mais de 20 milhões de acessos através do QR code, isso só no primeiro minuto (ou no minuto em que o comercial estava no ar), sendo este tráfego o maior já registrado pela plataforma, na realidade seis vezes maior que o maior pico antes registrado.
A Coinbase acabou saindo do ar, o volume de tráfego gerado superou e muito as expectativas e a capacidade do próprio site de geri-la, uma falha da Coinbase perante o brilhantismo do comercial, mas serve de aprendizado.
Afinal, por que isso interessa ao investidor?
Este tipo de evento acaba entrando para a história e ter um comercial histórico sobre criptomoedas acaba transformando-as em “mainstream” ou convencional para um publico amplo.
O Bitcoin é uma moeda deflacionária, o seu valor varia conforme a oferta e a demanda, portanto quando temos mais de 20 milhões de possíveis usuários entrando num mercado, isso só pode ser notícia boa!
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
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