O IBGE pode chegar no seu portão a qualquer momento. O Censo 2022 já começou e deve passar por mais de 89 milhões de residências em todo o país. Mas você sabe como funciona essa pesquisa?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realiza o Censo Demográfico a cada 10 anos. Desta vez, porém, estamos com dois anos de atraso: por causa da pandemia de covid-19 (em 2020) e por falta de recursos (em 2021).
Agora a pesquisa realmente está sendo colocada em prática, dando início à 13ª edição do levantamento. Em dois meses, o Censo entrevistou mais de 104 milhões de pessoas.
Inicialmente, a pesquisa estava prevista para encerrar no final de outubro. Porém, o IBGE decidiu prorrogar esse prazo até o início de dezembro, embora mantenha a previsão de divulgar os dados até o fim do ano.
O orçamento do Censo é de R$2,3 bilhões, sendo que 80% desse dinheiro destina-se à contratação temporária de profissionais: 211 mil pessoas, sendo 183.021 recenseadores, 18.420 supervisores e 10 mil agentes censitários.
Quer tirar todas as dúvidas sobre a pesquisa? Então continue lendo o artigo!
O que é o Censo Demográfico do IBGE?
O Censo Demográfico do IBGE (Censo 2022) nada mais é que uma pesquisa que tem o objetivo de levantar dados sobre a população brasileira. Mas este é um levantamento mais amplo que outros, pois abrange todo o território nacional, residências É para todo mundo.
Os recenseadores, que são as pessoas que vão de casa em casa colhendo dados, levantam informações sobre diversos aspectos da vida dos brasileiros.
O Censo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada 10 anos. Esta é a 13ª edição, que deveria ter acontecido em 2020, mas atrasou dois anos, primeiro por causa da pandemia, e depois, em 2021, por falta de recursos.
Quando começa e termina o Censo 2022?
O Censo 2022 começou no dia 1º de agosto. Inicialmente, a pesquisa seria encerrada em 31 de outubro, mas o IBGE prorrogou o prazo para início de dezembro.
No caso de aldeias indígenas, a pesquisa começou em 10 de agosto, e nos territórios quilombolas, em 17 de agosto. Aliás, é a primeira vez que os moradores de territórios quilombolas serão contabilizados.
Caso você esteja se perguntando sobre recenseadores que já passaram pela sua casa antes, vale lembrar que o governo realizou testes para o censo, chamados de Censos Pilotos, em 2018, 2019 e 2020, em algumas cidades.
Além disso, uma etapa de preparação da coleta, o Teste Nacional do Censo, foi realizada em novembro de 2021, em 27 localidades do país. Mas nenhum destes era o censo, efetivamente, ainda.
Como a pesquisa do Censo vai funcionar?
Um recenseador do IBGE chegará na sua casa e aplicará um dos questionários da pesquisa. São dois tipos de questionário: o ampliado (também chamado de amostra) e o simplificado.
O primeiro, tem 77 perguntas e será aplicado a 11% dos entrevistados.O questionário simplificado ou básico tem 26 perguntas e será aplicado aos 89% restantes.
A escolha de quem responde qual questionário é aleatória, por meio do sistema do IBGE.
Para colher os dados, os recenseadores utilizam um dispositivo móvel de coleta, o DMC, que é um computador de mão, semelhante a um aparelho celular.
As informações prestadas são sigilosas e estão criptografadas, com sistema de proteção. Nem os recenseadores têm acesso aos dados depois de inseridos no dispositivo. O IBGE também segue uma política de sigilo e confiabilidade e tem comitês de ética internos.
O IBGE vai em todas as casas?
Sim, o Censo 2022 deve passar em todas as casas. De acordo com o IBGE, todos os 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha passarão pela pesquisa.
Quanto tempo dura a visita?
A passagem do recenseador na sua casa é bem rápida, podendo levar de 5 a 15 minutos. A duração da pesquisa depende do tipo de questionário que você vai receber.
O questionário básico, com 26 questões, leva em torno de 5 minutos para ser respondido. Já o questionário ampliado, com 77 perguntas, leva cerca de 16 minutos.
É obrigatório responder ao Censo 2022?
Sim. Toda casa abordada pelo IBGE precisa responder ao Censo 2022. Conforme, o Decreto-lei número 161/1967, artigo 2º, §2º:
“Toda pessoa natural ou jurídica de direito público ou de direito privado que esteja sob a jurisdição da lei brasileira é obrigada a prestar as informações solicitadas pela Fundação IBGE para a execução do Plano Nacional de Estatística.”
Portanto, todos que residem no Brasil são obrigados a prestar as informações solicitadas pelo IBGE.
Mas vale destacar que a lei também garante que os dados da pessoa ou domicílio jamais sejam divulgados ou repassados a terceiros. O único objetivo é mapear a população brasileira, o que é importante para estabelecimento de políticas públicas, por exemplo.

O recenseador não apareceu na minha casa. O que fazer?
Se o seu domicílio não for recenseado, procure o IBGE para fazer parte.
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (0800 721 8181) ou pelo site Respondendo ao IBGE.
Agora, caso o recenseador vá ao domicílio, mas não encontre o morador na primeira visita, ele deixará um recado ou tentará contato por telefone.
Depois ele retornará ao domicílio, pelo menos, mais quatro vezes (pelo menos uma vez em turno alternativo).
O que acontece se eu me recusar a responder ou não aparecer?
Caso o morador esteja ausente ou se ele se recusar, expressamente, a responder o questionário do Censo 2022, o supervisor de cada área entregará uma carta de notificação.
Esta carta contém um e-ticket válido por dez dias para que o preenchimento da pesquisa seja feito pela internet.
A notificação é a última tentativa e, se não houver resposta, não há retorno. O domicílio será tratado estatisticamente, de acordo com o IBGE.
Pode responder o censo pela internet?
Sim. Este ano, assim como aconteceu em 2010, além da coleta presencial é possível fazer o autopreenchimento pela internet. Outra possibilidade, ainda, é responder ao Censo pelo telefone.
Porém, independentemente da modalidade escolhida, o recenseador precisa visitar o domicílio para entregar um código necessário para preencher o questionário. No caso do preenchimento pela internet, o morador terá sete dias para responder depois da visita.
O que o IBGE quer saber?
O IBGE quer mapear o perfil da população brasileira. Por meio do Censo 2022, o instituto conseguirá saber quantos somos atualmente, como somos (raça, idade, classe etc) e de que forma vivemos nas áreas urbanas e rurais do país.
Por exemplo, o instituto estima que a população brasileira hoje tenha em torno de 215 milhões de habitantes. No último levantamento, em 2010, éramos 190,8 milhões de habitantes e esse número precisa ser atualizado.
Essa pesquisa também é importante para revelar tendências e parâmetros de nascimentos, mortes, migração etc. Depois esses dados serão fundamentais para a elaboração de projeções, estimativas populacionais e políticas públicas específicas.
O Censo também é a única fonte de referência, a nível nacional, para o conhecermos as condições de vida da população em todos os municípios.
Quais são as perguntas do Censo 2022?
O questionário básico, aquele menor, traz perguntas sobre o domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial das pessoas que moram ali, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações.
Já o questionário ampliado, além dessas questões, pergunta também informações sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
É possível consultar os dois modelos de questionário completos no site do IBGE:
Quem pode responder o questionário?
Sendo pessoa com idade acima de 12 anos e capaz de fornecer as informações corretamente, qualquer pessoa da casa pode responder ao questionário do Censo 2022.
No entanto, é recomendado instruir menores a não abrirem a porta para estranhos sem o responsável em casa (ensinamos também a como identificar o recenseador do IBGE ainda neste artigo).
Apenas uma pessoa do domicílio responderá as perguntas, representando todos os residentes. Serão solicitados os dados da pessoa que presta as informações, como nome, telefone, e-mail e CPF.
Outro ponto importante: é preciso ser morador do domicílio investigado para responder ao IBGE. Se você for visitar ali, não vale!
Como saber se o recenseador é verdadeiro?
Infelizmente, muitos criminosos podem aproveitar a pesquisa para se passarem por falsos recenseadores.
Portanto, aprenda a identificar um verdadeiro recenseador do Censo 2022: ele usa boné e colete do IBGE, mas o mais importante é o crachá de identificação.
No crachá, há um QR Code que o cidadão pode escanear com a câmera do celular para confirmar a identidade e se ele é, de fato, servidor do instituto.
Também é possível checar a identidade do recenseador pela internet, digitando o número da matrícula que consta no crachá no site do IBGE.

Indígenas e quilombolas no Censo 2022
Povos e comunidades tradicionais também responderão ao Censo 2022. Este ano é a primeira vez que quilombolas participam do levantamento.
Uma pergunta de identidade étnica para indígenas apareceu pela primeira vez em 1991, mas só em 2010 houve um aprimoramento da pesquisa sobre essa população.
Este ano, outra novidade é o questionário de abordagem em agrupamento indígena. Será aplicado na reunião com as lideranças comunitárias, onde também poderão ser sanadas dúvidas. De preferência, antes do início da coleta domiciliar.
Para o IBGE, quilombola ou indígena é a pessoa que assim se identifica. Por isso, a primeira pergunta no questionário destinado a essas pessoas será “Você se considera indígena?” ou “Você se considera quilombola?”.
Se a resposta for “sim”, será necessário responder ainda o nome da comunidade.
Quando sai o resultado do Censo 2022?
De acordo com o IBGE, os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados no final deste ano. Mas outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.
Outras dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 0800 721 181 ou pelo site Respondendo ao IBGE.
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